segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

NUMISMÁTICA - JULIUS MEILI - IV

A Revista O Arqueólogo Português publicou em 1902 este interessante trabalho de Julius Meili sobre as moedas de origem portuguesa (Brasil Colônia) que circularam nas Índias Ocidentais (Caribe).

Na minha publicação “As moedas da Colônia do Brasil” tive ocasião de fazer conhecidas meia dúzia de diferentes contramarcas, que em vários lugares das Índias Ocidentais foram aplicadas em moedas portuguesas de ouro, sobretudo em meias dobras, que circularam largamente naquela parte da América desde a segunda metade do século XVIII, isto é, desde que se deu o avultado aumento no rendimento das minas de ouro do Brasil, que fez com que estas moedas se tornassem tão abundantes que até procuravam paises estrangeiros, como o Canadá e a Inglaterra, para ali poderem circular a vontade. É sabido que esta abundância principiou no reinado de D. João V. As dobras eram conhecidas na parte britânica das Índias Ocidentais pelo nome de “Johanneses” (plural de Johannes) ou, por abreviatura, “Joes”, e as meias dobras pelo nome de “Half Joes”. Tendo cessado, em virtude da lei portuguesa de 29 de Novembro de 1732, o lavramento das dobras, estas foram depois pouco a pouco desaparecendo, e então em alguns lugares chamava-se a meia dobra, impropriamente, “Joe”, quando se devia dizer “meio Joe”. As moedas de ouro de 4$800 réis os ingleses deram o nome de “Moidores”. Houve tempo (1790 a 1820) em que as moedas portuguesas de ouro constituíram o principal meio circulante nas Índias Ocidentais do domínio inglês, francês, holandês e dinamarquês, auxiliadas pelas patacas espanholas de prata, inteira, cortadas e fracionadas. As meias dobras tinham ali geralmente o valor de 8 patacas espanholas. Aconteceu, porém, que estas moedas de ouro foram muito cerceadas, tendo-se originado tão feia pratica na circunstância de ser o valor das moedas de ouro no mercado algum tanto superior àquele que fora oficialmente estabelecido1. O abuso do cerceamento chegou a tal ponto que as peças, em vez de pesarem 4 oitavas, só pesavam cerca de 3, vindo isto a produzir verdadeira calamidade, que obrigou os respectivos Governadores a tomar serias providências. Consistiam estas no arbitramento de um preço, ou para determinada unidade de peso, ou para moedas cujo peso estava dentro de certo limite, permitindo-se, ou tolerando-se, em alguns lugares, dar às moedas um aumento de peso por meio de um cravo, que se pregava no centro (em francês chamado “clou”2, em inglês “plug”3). Esse cravo era muitas vezes composto de uma mistura de ouro com metais ordinários. Em conformidade com os diferentes sistemas estabelecidos, mandou-se proceder a carimbagem das moedas, para assim se nacionalizarem, adotando cada ilha, ou cada grupo de ilhas, um carimbo especial. Esta prática continuou ainda durante o primeiro quartel do século XIX, até que as peças assim tatuadas ou deformadas foram desmonetizadas, e então desapareceram nos cadinhos dos ourives daquelas terras ou acharam, como ouro velho para derreter, o caminho para os mercados europeus. Hoje estas moedas, carimbadas ou cravejadas, são bastante raras, e mais facilmente se encontra um ou outro exemplar em Paris ou em Londres do que naquelas ilhas.
A primeira meia dobra assim carimbada achei-a, há um doze anos, no mercado do Rio de Janeiro. Como eu fizesse ver ao cambista que a moeda parecia ser muito leve, tive uma resposta que esta era precisamente a razão por que valia mais, visto que meia dobra com o simples peso de 3 oitavas já era só por si alta raridade, sem falar do carimbo (o algarismo 20, tendo por baixo a figura de uma pequena águia), que lhe dobrava o valor. Desde então estudei as meias dobras que tinham falta de peso, tratei de conhecer os exemplares semelhantes que se acham em outras coleções e esforcei-me por obter aqueles poucos que em longos intervalos apareceram nos mercados europeus.
Foi no catálogo da celebre Coleção de Moedas e Medalhas Portuguesas, de Eduardo Luis Ferreira Carmo, do Porto, que se me deparou a indicação de três meias dobras com carimbos estrangeiros (n.os 546b, 597 e 598), que me pareciam dever pertencer a categoria das que me interessavam, e, informando-me do atual dono daquela coleção, o Ex.mo Sr. Aires de Campos, foi confirmada a minha suposição. Este cavalheiro teve a amabilidade de permitir que se tirasse a fotografia do nº. 597, que reproduzi no meu livro a p. 169, nº. 99*.
Os mais valiosos elementos de estudo concernentes a carimbagem de moedas portuguesas de ouro no Arquipélago Colombiano encontramo-los, porém, nas duas publicações de E. Zay, Paris, e de Robert Chalmers, Londres, cujos títulos já acima indiquei. Os autores destes interessantes trabalhos, em virtude das pesquisas que puderam fazer dos respectivos arquivos públicos, chegaram a descobrir documentos oficiais, que nos transmitiram, os quais nos dão a explicação de bom número destas contramarcas. E aos indicados autores que devemos o conhecimento das circunstâncias particulares que motivaram a marcação das moedas, e assim podemos agora, com probabilidade de acerto, determinar a proveniência de alguns desses carimbos.
Existem com certeza ainda outros carimbos daquelas numerosas ilhas, que são por enquanto desconhecidos; entretanto dar-me-ia por feliz se pudesse com estas linhas despertar o interesse dos colecionadores, chamando a sua atenção para peças semelhantes, que porventura jazam inapreciadas nos seus medalheiros: seria bem possível que alguns exemplares tivessem, de volta das terras descobertas por Colombo, procurado novamente a sua pátria, não para lá morrerem, que as coisas inanimadas não morrem, mas para continuarem a viver contando aos que desejarem ouvi-las as suas aventuras por paises longínquos.
Passando agora a descrever os números reproduzidos na estampa junta, e mencionando ao mesmo tempo os outros exemplares que me são conhecidos, desejo apresentar assim aos leitores um pequeno resumo deste assunto.

1. Moedas carimbadas

1. Meia dobra (6$400 réis), cerceada, de D. José, 1778. R., peso 9,80 g (em vez do legal de 14,34 g). Carimbo aplicado na ilha francesa da Martinica em 1805: algarismo 20, tendo por baixo a figura de uma pequena águia, semelhante a do exemplar reproduzido na estampa XV nº.2.




Outros exemplares são: o nº. 598 da Coleção Carmo, de D. José, 1769 (letra R?); um na coleção do Sr. E. Zaj em Paris, do mesmo ano, letra R., pesando este 10,90 g; e outro na coleção do Sr. João Carlos da Silva, em Angra do Heroísmo (Ilha Terceira) de 1767.R.
Semelhante a este carimbo é o dos n.os 2 e 3.

2. Moeda de ouro (4$800 réis), cerceada, de D. João V, 1718. 4R, peso 8,85 g (em vez de 10,75 g). Carimbo posto na ilha francesa Martinica em 1805: algarismo 22, tendo por baixo, como no nº.1, a figura de uma pequena águia.




3. Meia dobra, cerceada, de D. José, 1765. R., peso 11,70 g. Carimbo igual ao do número anterior.



Outros exemplares são: um na minha coleção, de D. Maria I e de D. Pedro III, 1786. R., peso 12,50 g, já reproduzido a p. 195, nº. 31; o do nº.546b da coleção Carmo, de D. João V, 1747. R.; outro na coleção do Sr. João Carlos da Silva, em Angra, de 1776, R.; outro, de meio escudo (800 réis) de D. João V 1729, que pesa 1,67 g (em vez de 1,79 g), com a mesma contramarca, que me foi ultimamente comunicado, e que se acha nas mãos de um colecionador em Guadalupe.
Os dois carimbos precedentes, nos quais se encontram leves diferenças, são, como se depreende do número de exemplares citados, os menos raros, e existem, como vimos, não somente em meias dobras, mas também nas suas divisões e mesmo em “moedas de ouro”, o que faz presumir que o nome francês de “Moëdes” se referia primitivamente a esta ultima espécie, tomando depois a significação genérica de “Monnaies d’or”. Os franceses usaram também muito da expressão “Lisbonnine” ou “Portugaise”, tanto para as moedas de ouro de 4$800 réis, como para as meias dobras de 6$400 réis, ao passo que os ingleses conservaram o nome de “Moidor” para as moedas de ouro de 4$800 réis.
Dos documentos publicados por E. Zay, que eu transcrevi a p.115, juntando-lhes um complemento e uma retificação que o próprio autor da Histoire Monétaire des Colonies Françaises me tinha ministrado, segue-se que os dois carimbos agora descritos são oriundos da ilha francesa da Martinica (onde no dia da Assunção deste ano se deu a terrível catástrofe em que perderam a vida uns 20.000 habitantes), que os algarismos 20 ou 22 indicam o valor em livres coloniales da unidade de peso que era o gros equivalente a 3,82 g (um pouco mais da oitava), e que encarregado da carimbagem teve de imprimir a marca de 20 ou 22, conforme a proveniência das moedas (“marquer du chiffre 22 les moëdes d'or vrai de Portugal, de 20 celles de fabrique d'Amerique, de Genève ou de pays étrangers”) e finalmente que a proporção do valor da moeda colonial com a da mãe-pátria ali era em 1805, quando foi ordenada a marcação, de 3 : 5. Para se chegar a conhecer o valor de uma moeda, era preciso portanto pesá-la, e multiplicar depois o número de gros pelo algarismo marcado, de 20 ou de 22. Sabendo-se que o toque legal das moedas portuguesas, tanto das cunhadas no continente como das lavradas no Brasil, era uniformemente de 22 quilates, estranhamos naturalmente encontrar em exemplares absolutamente legítimos ora carimbo de 20, ora o de 22. Só explico isto admitindo a hipótese de que o encarregado do serviço da marcação tivesse encontrado algumas diferenças de toque, que o pudessem ter induzido a aplicar em legítimas moedas portuguesas o carimbo de 20 em vez de 22, e por que nas casas de moeda no Brasil o toque prescrito não foi sempre rigorosamente observado. Em circulação achavam-se também imitações de moedas portuguesas, de ouro baixo4 (suspeito que o meu exemplar de 1773 com a letra monetária que finge um R, reproduzido a p.169, nº. 94, é uma delas) fabricadas América e na Inglaterra5, e a estas que era oficialmente destinado o carimbo de 20. Devo, entretanto, observar que, calculando-se o quilograma de ouro de 22 quilates a 3.157 francos, e tomando-se a relação da moeda colonial com a da mãe-pátria, como ela regulava em 1805, quando principiou a carimbagem, isto é a de 3 : 5, resulta para o gros de 3,82 g só um valor de 20 libras; parece portanto que já naquela época a indicada relação tendia para subir, chegando efetivamente em 1817 a ser de 100 : 185 em Guadalupe e de 100 : 180 na Martinica, e para se obter o valor de 22 libras coloniais era preciso contar com a proporção indicada nestes últimos algarismos. Em 1826 foi abolida a livre coloniale.

4. Meia dobra, não cerceada, de D. Maria I e D. Pedro III, 1779. R., peso 14,30 g. Carimbo da ilha francesa de Guadalupe 82,10 (82 livres e 10 sous, moeda colonial) e por cima outro: G coroado (George III) numa oval; ambos da administração inglesa, postos provavelmente nos anos de 1810-1811.



Exemplar igual ao do nº. 597 da coleção Carmo, que já reproduzi na p.169 sob o nº. 99*, de D. José, 1759. B.
Aqui o carimbo indica o valor em livres coloniales que cabia a mesma moeda, tendo ela, como é o caso, o peso legal e não somente o de uma unidade de peso, correspondendo o valor marcado de 82.10, como fiz ver a p. 116 do meu livro, com o de 22 livres coloniales por gros. Pelas informações que nos oferece E. Zay a p.193 da obra citada, sabemos que foi em Guadalupe, durante a administração inglesa, que se puncionaram moëdes com um G coroado e se lhes marcou o valor em livres, sous et deniers. Como se vê, a coroa que encima a letra G e efetivamente de forma inglesa, e a indicação do valor (82.10) está demonstrando que os ingleses conservaram ali o modo francês de cálculo por livres coloniales, como conservaram em Essequibo e Demerara o computo holandês por florins.
A ilha de Guadalupe esteve por quatro vezes no poder dos ingleses: de 1759 a 1763; em 1794 só sete meses; de 1810 a 1813, quando foi cedida à Suécia que a dominou apenas durante cerca de um ano; e de 1815 a 1816; voltou porém depois ao domínio francês.
A p.191 E. Zay cita ainda um decreto da administração francesa de 22 de abril de 1803 a respeito de moedas cravejadas, que acabavam de ser introduzidas em Guadalupe. Como os respectivos cravos foram reconhecidos como ouro alterado, julgou-se necessário impedir a circulação de semelhante moeda, a não ser que se estabelecesse previa verificação. Aquele decreto determinou que as moëdes de ouro bom deviam ser estampadas com um G e com uma outra marca que as fizesse reconhecer. Este carimbo de G e com uma outra marca que as fizesse reconhecer. Este carimbo de G acompanhado de outra marca é dos que ainda não cheguei a ver.
5. Meia dobra, pouco cerceada, de D. José, 1769. R., peso 12,60g




Este exemplar, juntamente com o nº.6, já ocasionou um pequeno artigo que publiquei na Numismatic Circular de Spink & Son do mês de julho de 1901. A moeda levou três carimbos: um retangular, colocado sobre o pescoço do rei, algarismo 22, seguido, mais por cima, de um sinal indicativo de livres e depois vem a figura de uma pequena cabeça barbada, que representa talvez a autoridade governamental (?) Os outros dois carimbos são: no anverso, sobre a testa do rei, algarismo 22 e no reverso, sobre a coroa, a figura de uma cabeça , de frente, trabalho rude; ambos num quadrado. Aqui temos, portanto, duas vezes a indicação do valor; quer-me, porem, parecer que a sua significação não é idêntica. O primeiro punção, que tem certa analogia com os dos nos. 1 a 3, marca o valor de 22 livres coloniales por gros e dá assim a entender que foi aplicado nas Antilhas francesas, sem nos deixar conjeturar em qual delas. Os outros dois carimbos, que foram talvez postos simultaneamente, um no anverso, outro no reverso, também não denunciam bem a sua proveniência, a não ser pela figura da cabeça, que entretanto nos é desconhecida; fica-nos a alternativa ou de presumir que serão também oriundos de uma daquelas ilhas francesas, que julgo pouco provável, ou então de os atribuir a uma das Possessões, que são, ou que foram holandesas, quer daquele mesmo arquipélago (Curaçao, S. Eustache, Saba e em parte S. Martin) quer do continente americano (Guiana Holandesa, outrora composta de Berbice, Essequibo, Demerara e Suriname e agora reduzida a esta última colônia, por terem as primeiras três passado no começo do século XIX para das mãos britânicas) que conservaram ainda por muito tempo o modo holandês de calcular por guilders ou florins, valendo o Joe (a meia dobra) 22 guilders6. Na minha opinião é a guilders que se refere a segunda indicação do valor que vemos no carimbo quadrado, mas falta-me um ponto de apoio para dizer a qual das ilhas ou a qual das colônias holandesas pertence. Seria proveniente da ilha de S. Martin, que esta em parte sob o domínio dos franceses e em parte sob o dos holandeses, obedecendo a figura de uma cabeça, que se também no primeiro carimbo, a uma idéia comum? Seria de Essequibo, por ser quadrado, não obstante faltar-lhe a inscrição E. D (Essequibo e Demerara)? São suposições que so futuras investigações poderão esclarecer.
6. Meia dobra, cerceada, de D. José, 1773. R., peso 10,25 g. Carimbo E D, em letras cursivas (Essequibo Demerara), em uma depressão oval, aplicado no ano de 1798 na colônia inglesa Demerara, para a moeda poder temporariamente circular com o valor de 22 guilders (florins holandeses).




Nas Moedas da Colônia do Brasil, p. 116, já citei as interessantes informações que nos deu Robert Chalmers na sua History of Currency in the British Colonies, ao tratar da Guiana britânica, a saber: A meia dobra era em 1798 nas colônias de Essequibo e Demerara a medida geral doa valores e por assim dizer o único meio circulante. No meado daquele ano parece que circulava ali grande quantidade de Johanneses cerceados. Por iniciativa do Governador que teve razões para recear mais outra importação das mesmas moedas, o tribunal de polícia passou no dia 2 de agosto de 1798 uma ordem a respeito destas moedas leves, verificando-se que em 29 de Outubro do mesmo ano não havia em circulação senão Joes e só muito poucas ou nenhumas de outras moedas. Estabeleceu essa ordem (holandesa) que pelo preço usual de 22 guilders só podiam ser aceitos os Johanneses de ouro (isto é, os que não eram falsos) que tivessem o peso de 7 engels e as frações em proporção. Porém, para evitar prejuízos aos habitantes, visto que todos os Johanneses que se achavam na colônia pesavam menos de 7 engels, ordenou-se que os que tinham intactas as letras da inscrição fossem puncionados, para poderem ainda durante um ano passar pelo valor inteiro, e nomearam-se dois comissários para carimbar a moeda, devendo carimbo para Essequibo ser guardado, com as letras E. D, e circular o para Demerara, com as mesmas letras. Baseado nessas informações, não hesitei em atribuir este número a Demerara, faltando-me ainda encontrar a marca para Essequibo, que deve ser quadrada e conter as mesma letras E. D.
Em 1808, isto é, dez anos depois daquela ordem concernente aos Joes cerceados, vieram os Joes cravejados perturbar o meio circulante colonial. (Continuo a aproveitar-me das informações de Robert Chalmers). Tendo uma enorme quantidade de peças portuguesas, com cravos de cobre ou de latão levemente dourado, chegado a introduzir-se na circulação das colônias de Essequibo e Demerara, resolveu-se recolhe-los todos, de qualquer metal que os tais cravos fossem, e emitir notas em lugar deles. Recolheram-se logo cerca de 28:000 Joes cravejados, que foram remetidos para Inglaterra, para lá serem vendidos, e emitiu-se uma soma equivalente em notas, resgatáveis no prazo de 18 meses. No ofício que acompanhou a remessa, o Governador pediu que, no caso de Sua Majestade Britânica não julgar conveniente permitir que a recunhagem daquele ouro fosse feita em peças portuguesas, que eram a única espécie corrente naquelas colônias, se ordenasse o lavramento de uma real moeda colonial de ouro do mesmo peso, toque e valor das que corriam. Esta proposta não achou aceitação na metrópole. Foi ordenada a cunhagem de moedas especiais de prata para Essequibo e Demerara. Até 1815 seguiram-se outras e importantes remessas de milhares de Joes (dos quais hoje custa a encontrar algum exemplar avulso!), tomando sempre o papel-moeda seu lugar. Destas notas coloniais, emitidas ao principio para serem resgatadas dentro de 18 meses, achavam-se ainda algumas em circulação no ano de 1841. Tenho na minha coleção as formas destes “Colony Goods of Demerary and Essequebo” de 1, 2, 3 e 20 Joes 22, 44, 66 e 440 guilders.
Seguem-se agora dois exemplares, cujas contramarcas dão campo a diferentes suposições. Não é, entretanto, possível adiantar nada de positivo a respeito da significação que tem.
7. Meia dobra, não cerceada, de D. José, 1769. B., peso 14,25 g.
Carimbo (bastante nítido) de uma pequena flor de lis, posto atrás da cabeça do monarca.

E. Zay reproduziu a p. 200 o carimbo de uma grande flor de lis (trabalho mais grosseiro), como sendo de Guadalupe, posto em moedas estrangeiras de prata e a p. 207 dois outros, como sendo de S. Martin (parte francesa), em moedas de cobre e de bilhão. Isto da lugar a perguntar se o carimbo deste nº. 7 não podia ser também proveniente daquelas possessões francesas?

8. Meia dobra, cerceada, de D. Maria I e D. Pedro III, 1781, (sem letra monetária), peso 12,35 g.



Este exemplar é o que figurou na coleção de Jules Fonrobert, que vem descrito no respectivo catálogo sob o nº. 8:808; foi castigado com seis carimbos no anverso e um no reverso. Os do anverso são: na orla, G I, L, M H (em monograma), B as avessas, no centro G M (em monograma), podendo as letras também ser tomadas por C H (os dois últimos carimbos em círculos dentados) e mais um sinal em forma de roseta ou de trevo de quatro folhas. O do reverso, que não está mencionado no catálogo de Fonrobert, consiste numa pequena letra W dentro de um círculo. Fonrobert atribui estes carimbos a autoridade portuguesa que em 1823 continuava a sustentar-se na cidade da Bahia (Brasil); creio, porém, que não se pode produzir nenhum motivo que fale em favor de semelhante suposição. Parece-me que também devemos procurar a origem destes carimbos nas Índias Ocidentais.

2. Moedas cravejadas

9. Meia dobra, cerceada, de D. José, 1771, R., peso 10,95 g. (cerca de 3 oitavas).


Este exemplar, que já foi reproduzido nas Moedas da Colônia do Brasil, est. XV, nº. 3, tem a cabeça do cravo muito saliente e em cima dela vê-se num retângulo a marca das letras I. H, que talvez representem as inicias do nome de quem mandou cravejar a moeda.
Esta operação em algumas ilhas foi feita oficialmente e em outras particularmente. O cravo, que devia naturalmente ser de ouro fino, era algumas vezes de ouro muito baixo, ou mesmo de qualquer outro metal, apenas um pouco dourado. Servia o cravo para dar a moeda o peso estabelecido nas diferentes ilhas, como limite para poder circular, e este limite variava de ilha para ilha: era de 7 dwts (pennyweights) em S. Kitts, Antígua, Montserat e Nevis, ou de cerca de 3 oitavas (1 pennyweight = l,555 g), ao passo que para Tortola era fixado em 8 pennyweights ou cerca de 3,5 oitavas.

10. Meia dobra, pouco cerceada, de D. José, 1757, R., peso 14,20 g (perto de 4 oitavas).



Este exemplar também já se acha reproduzido, veja-se p. 168, nº. 294, do meu livro citado; só pelo reverso se conhece que esta cravejado no anverso, em cima do cravo, vêem-se as letras F & G dentro de uma depressão oval. Devido a ajuda do cravo, esta moeda chegou novamente a ter o peso primitivo de 4 oitavas (ou quase); é portanto de supor que fosse cravejada para uma das ilhas, onde só podiam correr os Joes de peso legal, como na de Barbados. Veja-se Robert Chalmers, ob. cit., p.20.

3. Moedas carimbadas e cravejadas

11.+ Meia dobra, cerceada, de D. João V, 1747, R., peso 11,50 g.



Foi oficialmente cravejada na ilha britânica de Granada (que com as de S. Vincent e S. Lucia forma o grupo das Windward Islands), para que o seu peso chegasse ao limite prescrito de 7 dwts. 12 grs. (7 pennyweights e 12 grains ou 11,66 g) sendo a cabeça do cravo marcada com J. W. (em letras cursivas) e carimbada no ano de 1798 em triplicado, sempre perto da orla, com a letra G. (Granada), para poder correr pelo preço de 3 libras e 6 shillins.
A respeito deste exemplar, que está numa coleção particular de Londres e que eu já tornei conhecido a p.174 das Moedas da Colônia do Brasil, vou aqui repetir as informações coligidas da obra de Robert Chalmers, p. 83, que, como se verá, se adaptam perfeitamente ao caso. Em 31 de julho de 1798 publicou-se em Granada uma ordem para, em vista do estado alterado e degradante das variedades de moedas que ali circulavam, se regularem os preços delas e também para se evitar que aquela ilha fosse inundada com as leves moedas portuguesas de ouro que estavam sendo desmonetizadas nas colônias vizinhas. Na lista que acompanhou a ordem as meias dobras estavam assim tarifadas:
Johannes, de peso não inferior a 7 dwts. 12 grs. (11,66 g) 3 libras e 6 shillins; Johannes, de peso não inferior a 8 dwts. 12 grs. (I3,20 g) 3 libras e 12 shillins.
E como havia em circulação poucos Johanneses, cujo peso chegava ao limite do 7 dwts. 12 grs., e se anteviam os embaraços que daí podiam resultar para o comércio, ordenou-se que os Johanneses do peso de 6 dwts. (9,33 g) fossem cravejados pelos oficiais para isso nomeados até que o seu peso atingisse o limite estipulado. Para facilitar a circulação do Johannes, e das suas partes divisionárias, tanto daquelas que tinham os pesos devidos como dos que então se permitia que fossem cravejados, determinou-se que nos Johanneses com o peso de 8 dwlf, 12 grs., ou mais, se imprimisse a letra G no centro, do lado da efígie, e naqueles que pesassem 7 dwts. 12 grs. a mesma letra em três lugares, também do lado da efígie e tão perto da orla quanto fosse possível. A última determinação era evidentemente para obstar que houvesse novo cerceio.
O peso deste exemplar é de 11,50 g. Depois de carimbado foi furado e assim o seu peso correspondeu ao de 7 dwts. 12 grs. O carimbo que lhe cabia era efetivamente o de G, aplicado em três lugares, para a moeda correr pelo valor de 3 libras e 6 shillins. Não encontrei ainda a variante de carimbo com um só G no centro, que deviam receber os exemplares cujo peso atingisse a 8 dwts. 12 grs. ou 13,20 g valendo 3 libras e 12 shillins. Este valor entende-se naturalmente em moeda colonial, que estava para o da moeda da mãe-pátria como 36:72 ou como 1:2 e até mais alto, isto é como 100:210, se levarmos em conta que o peso legal da meia dobra não é só de 8 dwts. 12 grs. (13,21 g), mas de 9 dwts. 5 grs. (14,34g).

12. Meia dobra, cerceada, de D. José, 1767. R., peso 11,60 g (7 dwts. 12 grs.). Encimando o cravo há uma marca com as letras G H e perto da orla vê-se em três lugares o carimbo da letra S.





Em Mrs. Spink & Son’s, Numismatic Circular, do mês de agosto de 1899 já publiquei esta moeda, dando a entender que talvez a letra indicasse as possessões britânicas Sommer Islands, ou ilhas Bermudas, e mencionei naquela ocasião também umas moedas de prata cortadas (frações de patacas espanholas) com a contramarca de um S, as vezes só, outras vezes em companhia da palavra Tortola, e sinto não ter encontrado depois nenhuns dados mais que pudessem contribuir para melhor interpretação deste carimbo.
Os n.os 5 a 12 representam os únicos exemplares que conheço com essas contramarcas.
É notável que todos os exemplares aqui mencionados, com exceção apenas do nº. 8, sejam de origem brasileira, isto é, cunhados na Casa de Moeda do Rio de Janeiro, ou na da Bahia.
Julius Meili.
Notas:
1. The characteristic feature of the Windward Islands was the prevalescence of the Portuguese Johannes as the standard coin. The underrating of this coin $8, lead to the circulation of light “Joes” and to the mal-practices of clipping, sweating, etc. History of Currency in the British Colonies, by Robert Chalmers, London 1893, p. 82.
2. Lorsq’ une moëde se trovait roguée, un orfévre y pratiquai un trou de façon à écarter le métal et le bouchait avec un morceau d'or titre quelconque qu’il aplatissait ensuite et qui formait une tête de clou. Il donnait ainsi à la pièce le poids 1égal. Histoire Monétaire des Colonies Françaises, par E. Zay, Paris 1892, p. 193.
3. When a gold coin which had been clipped was raised again to the standard weight, the additional gold, fixed on the clipped coin, was called the “plug” and the lumpish result was plugged gold coin. Needless to say, the pluggs were frequently adulterated. The coin most commonly plugged was the “Joe”. Robert Chalmers, ob. cit., p. 23.
4. Une Lisbonnine, ou Portugaise, de 1755, de fausse fabrication, s’est trouvée au titre de 0,699 (16 ¾ karats). Traité des Monnaies d’or et d’argent par Pierre Frédéric Bonneville, Paris, 1806, p. 46.
5. Robert Chalmers, p. 20, citando um memorandum do Tortola, datado de 1802, escreve: at the same time a villainous practice was introduced of importing base half-Johannes from Birmingham, Sheffield, and America. Aqui a palavra América com certeza não se refere ao Brasil, mas sim a América do Norte.
6. Robert Chalmers, p. 124: These three Colonies (Berbice, Demerara and Essequibo) long retained the mode of reckoning by Guilders which had been in vogue under Dutch rule. A half Johannes (here styled a whole Johannes), passed for 22 guilders or florins.
(in, O Archeologo Português. Lisboa: Museu Ethnographico Português – S.1, vol.7, nº. 10-11 (outubro-novembro de 1902), p. 248-258 + ilustração.)
Obs.: Texto com atualização ortográfica e com alterações na formatação original. As imagens das moedas foram colocadas com a respectiva descrição. Para visualizar a matéria com a formatação original clique no título.
Veja a seqüência desta matéria, em Julius Meili V.

domingo, 13 de dezembro de 2009

NUMISMÁTICA - SANTOS DUMONT


                                                                                         © 2009 Marcio Rovere Sandoval


Alberto Santos Dumont (1873-1932). A esquerda temos o detalhe do anverso e o reverso da cédula de Cr$ 10.000 cruzeiros (1966-1975) impressas pela American Bank Note Company (ABNCo.), a direita temos o detalhe do anverso e do reverso da cédula de NCr$ 10,00 cruzeiros novos (1967-1975), impressas pela Thomas de La Rue (TDLR), ambas foram emitidas pelo Banco Central em homenagem a Santos Dumont que realizou o primeiro vôo mecânico reconhecido oficialmente como o primeiro da história. (Clique para ampliar).
Santos Dumont já havia sido homenageado anteriormente na cédula de 100$000 réis (1936-1952), impressas pela Walterlow & Sons Limited (W&S) e emitidas pelo Tesouro Nacional.
Para informações mais detalhadas sobre estas cédulas pode-se consultar a matéria intitulada "O Período de Transição do Cruzeiro Novo", publicada no Boletim da AFSC – Associação Filatélica e Numismática de Santa Catarina, n˚ 57, março de 2008, p.04-21, de nossa autoria.

Autor: Marcio R. Sandoval

© 2009 Marcio Rovere Sandoval

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

NUMISMÁTICA - JULIUS MEILI - III



A Obra do Medalheiro Hans Frei de Basel 1894-1906 - Julius Meili 1906

A Revista Belga de Numismática do ano de 1907 publicou uma interessante notícia sobre o lançamento do livro de Julius Meili sobre as medalhas do gravador Hans Frei de Basel. Nessa mesma revista temos a informação que a Faculdade de Filosofia de Zurique havia concedido o titulo de doutor honorário a Julius Meili pelos trabalhos importantes sobre a numismática brasileira. Essa revista publicou diversas matérias que dizem respeito à numismática brasileira que vamos pouco a pouco nos reportar.
Segue a transcrição e a tradução das informações sobre o livro das medalhas de Hans Frei e sobre a concessão do titulo de doutor a Meili.
Hans Frei, né à Bâle, le 30 avril 1868, bien qu'âgé d'à peine 38 ans, a déjà à son actif une oeuvre importante; en effet, la nomenclature de ses médailles, tant frappées que coulées, dressée avec le plus grand soin par M . Meili, l'érudit numismate de Zurich, ne compte pas moins de 103 numéros. Douze années ont suffi à M Frei pour accomplir ce travail colossal, d'un sérieux caractère d'art, qui le place parmi les médailleurs les plus en vue de son pays. Telles des médailles de M. Hans Frei sont de vrais petits tableaux : la jeune fille à la marguerite, par exemple, d'un style ultramoderniste; d'autres, ce qui prouve la souplesse du talent du graveur balois, nous reportent au moyen âge, avec ses guerriers bardés de fer, aux champs de bataille jonchés de morts et de mourants, que traversent les vainqueurs en des poses d'orgueilleux triomphe.Parmi les oeuvres les mieux réussies de M. Frei, nous plaçons son portrait, coulé en bronze, d'une touche rude et énergique qui rappelle quelque peu la façon du sculpteur-médailleur Charpentier, de Paris; nous aimons moins, bien que témoignant de nombreuses difficultés vaincues, la plaquette à la Vérité, de face, et beaucoup moins encore la « Junges Weib », une des dernières productions du maître, d'un faire vraiment trop dur pour le sujet. A. DE WITTE." (in, Revue Belge de Numismatique. Bruxelles, 1907, p.250-251).
Hans Frei, nascido em Basiléia em 30 de abril de 1868, com apenas 38 anos já possuía uma obra importante; efetivamente, a nomenclatura de suas medalhas, tanto as cunhadas como as fundidas, foi redigida com o maior cuidado pelo Sr. Meili, o erudito numismata de Zurique, conta com nada menos que 103 números. Doze anos foram necessários para o Sr. Frei realizar este trabalho colossal, de um caráter seriamente artístico, que o colocou entre os medalheiros mais em voga de seu pais. Algumas das medalhas do Sr. Hans Frei são verdadeiras pinturas: a jovem com a margarida, por exemplo, de um estilo ultra modernista; outras, que comprovam o refinamento do talento do gravador basileense, nos transportando a Idade Média, com os seus guerreiros em armaduras, nos campos de batalha cobertos de mortos e de feridos, no qual os vencedores atravessam orgulhosamente. Dentre as melhores obras do Sr. Frei, nos colocamos o seu retrato, fundido em bronze, de um toque rude e enérgico que lembra um pouco a maneira do escultor medalheiro Charpentier, de Paris; nos não gostamos muito, ainda que testemunho de muitas dificuldade vencidas, a plaqueta a Verdade, e menos ainda a "Junges Weib", uma das últimas produções do mestre, de um assunto muito difícil de realizar.
" Lors des fêtes qui eurent lieu, cette année, pour la célébration de la fondation de la Faculté de philosophie de Zurich, M. Julius Meili, de cette ville, ancien consul de la Confédération helvétique à Rio de Janeiro, a été, par décision unanime de la Faculté, proclamé docteur honoraire à la suite de ses importants travaux sur la numismatique brésilienne. Vte B. DE JONGHE."(in, Revue Belge de Numismatique. Bruxelles, 1907,p. 371)
Durante as festas que aconteceram este ano para a celebração da fundação da Faculdade de Filosofia de Zurique, o Sr. Julius Meili, desta cidade, antigo Cônsul da Confederação Helvética no Rio de Janeiro, foi, por decisão unânime da Faculdade, proclamado doutor honorário pelos seus trabalhos importantes sobre a numismática brasileira.

Medalha de Hans Frei: auto-retrato (84 x 114 mm) 1906 (Die Werke des Medailleurs Hans Frei in Basel 1894-1906, nº 67, p.21).
Veja a seqüência desta matéria, em Julius Meili IV.

Marcio R. Sandoval (sterlingnumismatic@hotmail.com)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

NUMISMÁTICA - ILHAS COOK


                                                                                © 2009 Marcio Rovere Sandoval



P3 - 3 Dólares (1987) 150 X 75 mm. No anverso uma cena da mitologia local - Ina. No reverso uma canoa de pesca – Pukapuka e uma escultura de T-Rongo.

Ilhas Cook – Território autônomo da Nova Zelândia que compreende quinze ilhas dispersas no Pacifico Sul. Situam-se entre as ilhas de Tonga e Taiti e a 3.218 km ao noroeste da Nova Zelândia. A superfície total destas ilhas é de 241 Km2 e possuem uma população de 11.870 habitantes (2009). A capital é Avarua situada na ilha de Rarotonga. Os habitantes são polinésios, culturalmente e lingüisticamente aparentados aos Maoris da Nova Zelândia. Estas ilhas foram ˝descobertas˝ ao Ocidente pelo navegador espanhol Capitão Álvaro de Mendaña y Neyra em 1595, foram também visitadas pelo navegador português Pedro Fernandes de Queiroz em 1606. Em 1773 o explorador britânico James Cook as nomeou ˝ilhas Hervey˝. Em 1824 o cartógrafo russo Johann von Krusenstern as denominou Ilhas Cook em homenagem a este ultimo. Em 1888 elas passaram a ser um protetorado britânico e em 1901 foram incorporadas à Nova Zelândia. Em 1965 eles se tornaram autônomas, no entanto, as questões relativas à defesa e às relações internacionais são de responsabilidade do governo neozelandês. Em 1985 na ilha de Rarotonga foi assinado um importante tratado de desnuclearização do Pacifico Sul (interdição de testes nucleares).
As Ilhas Cook utilizam atualmente o dólar neozelandês (NZD). O histórico das emissões remonta o Séc. XIX, dois bilhetes (P1 e P2) nos valores de 2 e 4 Shillings (xelins) do ano de 1894, que não foram emitidos. No período de 1987 a 1992, foram emitidas cédulas em dólares das Ilhas Cook (CKD), nos valores de 3, 10, 20 e 50 dólares, mais para os numismatas do que para efetiva circulação. Em 1995 o governo substituiu as cédulas pelas da Nova Zelândia, no entanto, o bilhete de 3 dólares permanece em circulação, bem como as moedas, emitidas em abundância desde 1972.

Ilha de Rarotonga - Ilhas Cook

Autor: Marcio R. Sandoval (sterlingnumismatic@hotmail.com)

© 2009 Marcio Rovere Sandoval


quinta-feira, 8 de outubro de 2009

NUMISMÁTICA – NOVA ZELÂNDIA


                                                                                          © 2009 Marcio Rovere Sandoval




1 dólar da Nova Zelândia – (P.169b – 1985-89)

Cédula emitida pelo Banco de Reserva da Nova Zelândia entre 1985 e 1989 e impressa pela empresa inglesa Bradbury, Wilkinson & Co (BWC). No anverso temos a efígie da Rainha Elizabete II, apresenta como marca-d´água a efígie do Capitão Cook, que explorou as ilhas em sua primeira expedição ao Pacífico (1768). Após uma escala no Taiti, ele chega a uma grande extensão de terra que ele acredita ser o “Continente Austral”, mas que se revela ser duas grandes ilhas separadas por um estreito que porta hoje o seu nome. Em 1770 ele pega o caminho de retorno em direção oeste e explora a costa oriental da “Nova Holanda”, hoje Austrália. A Nova Zelândia foi "descoberta" em 1642 pelo navegador holandês Abel Janszoon Tasman.








Tatuagem facial dos Maoris, povo nativo da Nova Zelândia. Retrato de Sydney Parkinson, desenhista da primeira viagem de Cook.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

BIBLIOTECA DIGITAL

Bliblioteca Digital - livros disponíveis on-line





Brasiliana





ARMITAGE, John. History of Brazil. VI, 1836.






BIARD, Auguste François. Dois anos no Brasil. 2004






CANSTATT, Oscar. Brasil Terra e Gente. 1871 (2002).










DEBRET, Jean Baptiste. Voyage pittoresque et historique au Brésil. V1, V2 e V3. 1768-1848.

Em português

DESTERRO, Antonio Malheyro do. Relação da entrada que fez o excellentíssimo, e reverendíssimo senhor D. Fr. Antonio do Desterro Malheyro...1747. (Primeiro Livro publicado no Brasil por Antônio Isidoro da Fonseca que teve a tipografia fechada e confiscada)


  
ESCHWEGE, Wilhelm Ludwig Von. Pluto Brasiliensis. Berlin, 1833.






GANDAVO, Pero de Magalhães. História da Província de Santa Cruz, 1576.



GANDAVO, Pero de Magalhães. Tratado da Terra do Brasil. 1570.





LERY, Jean de. Voyage au Brésil. 1578.
UFSC – em português

 

  



SAINT-HILAIRE, Auguste de. Voyage dans les provinces de Saint-Paulo et de Sainte-Catherine. Tomo I (1851) e Tomo II (1852).


SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem ao Rio Grande do Sul. 2002.


SALVADOR, Vicente do. História do Brasil. 1627.



SEIDLER, Carl. Dez anos no Brasil. 1835 (2003)
  


STADEN, Hans. Viagem ao Brasil. 1557 (1930)
  




SPIX, Johann Baptist von; MARTIUS, Karl Friedrich Philipp Von. Viagem pelo Brasil 1817-1820. 1938









História do Brasil 

BELMONTE (Benedito Bastos Barreto) No Tempo dos Bandeirantes. 1948






GAFFAREL, PAUL. Histoire du Brésil Français au Seiziéme Siécle – Paul Gaffarel, 1878.



JORGE, Arthur Guimarães de Araujo. Rio Branco e as Fronteiras do Brasil – A.G. Jorge 1999 - Fonte: Biblioteca Virtual do Senado Federal









NETSCHER, P.M. Les Hollandais au Brésil, notice historique sur les Pays-Bas et le Brésil au XVII siécle. Le Haye (Den Haag): Belinfante Frères, 1853.



PAULA PESSOA, Vicente Alves de. Guia da Estrada de Ferro Central do Brasil.1857 V1, V2.



RIO BRANCO (José Maria da Silva Paranhos), Barão do. Album de vues du Brésil. Paris, 1889.




Saint-Hilaire, Ausgute de. Plantes usuelles des Brasiliens – Ausgute de Saint-Hilaire, Paris, 1824.



SCHWARCZ, Lilia Moritz. As Barbas do Imperador. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.






 VARNHAGEN, Francisco Adolfo de. História Geral do Brasil T1 (1854)





História Geral

A Inquisição - Michael Baigent & Richard Leigh - Imago 2001.









Introduction aux hiéroglyphes Mayas. Conférence Mayaniste Européene. 2010.



(Relation de choses de Yucatan – Diego de Landa, 1864).



O Martelo das Feiticeiras - Malleus Maleficarum - Heinrich Kramer e James Sprenger. Completo.

O Martelo das Feiticeiras - Malleus Maleficarum - Heinrich Kramer e James Sprenger. Parte 1.











Numismática


ATKINS, James. Coins and Tokens of the Possessions and Colonies of the British Empire. London: Bernard Quaritch, 1889.



AZEVEDO, Vasco. Catálogo das Moedas de Moçambique. Porto: Livraria Fernando Machado, 1969.



AZEREDO COUTINHO, Candido de. Apreciação do Medalheiro da Casa da Moeda apresentado na exposição de 1861, offerecida aos empregados, praticantes e operários da mesma Casa. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1862.



BANKNOTE AND COINS ENGRAVING (vídeo em inglês)





Caixa eletrônico – Início dos caixas eletrônicos no Brasil - vídeo de 1983. Veja a matéria sobre o caixa eletrônico do Banco Português do Brasil de 1970. 





CAMPOS, Manoel Joaquim de. Numismática Indo-Portuguesa. Lisboa, 1901.




FOLGOSA, José Maria. As Moedas da África Oriental Portuguesa – Moçambique. Porto: Sociedade Portuguesa de Numismática, 1956.




FORJAZ TRIGUEIROS, Antonio Miguel. Carimbo“G.P. coroado” dos Açores. Lisboa: Revista Moeda, Vol.5, n°1 (fevereiro de 1980), p.25-30



FORJAZ TRIGUEIROS, Antonio Miguel. Carimbo “L.M. Coroado” de Lourenço Marques (1888). Lisboa: Revista Moeda, Vol.5, n°2 (abril 1980) p.56-61.



FORJAZ TRIGUEIROS, Antonio Miguel. Carimbo “P.M. coroado” de Moçambique (1889). Lisboa: Revista Moeda, Vol. 5, n°3 (junho de 1980), p,102-105.



FORJAZ TRIGUEIROS, Antonio Miguel. Os Descobrimentos Portugueses e a Europa do Renascimento. Lisboa: 1986.


GAMBETTA, Augusto Ferreira. História da Moeda. Lisboa: Academia Portuguesa de História, V1, 1978.





MAGAN, Ricardo M. Latin American Bank Note Records. American Bank Note Archives. First Edition, 2005.




MEILI, Julius. A Obra do Medalheiro Hans Frei de Basel (Die Werke des Medailleur's Hans Frei in Basel). Zurique: Tipografia de Jean Frei, 1906.



MEILI, Julius. As Medalhas Referentes ao Império do Brazil 1822-1889. (Numismatiche Sammlung Von Julius Meili - Die auf das Kaiserreich Brasilien Bezüglichen Medaillen 1822-1889). Zurique: 1890.








MEILI, Julius. Coleção Numismática de Julius Meili – As Moedas do Impériodo Brasil 1822-1889. 1890.




MEILI, Julius. O Meio Circulante no Brasil – Tomo I. As Moedas da Colônia do Brasil 1645-1822. Zurique: Tipografia Jean Frey, 1897.



MEILI, Julius. O Meio Circulante no Brasil – Tomo II. As Moedas do Império do Brasil 1822-1900. Zurique: Tipografia Jean Frey, 1905.



MEILI, Julius.  O Meio Circulante no Brasil – Tomo III. A Moeda Fiduciária no Brasil – 1771 até 1900. Zurique: Tipografia Jean Frey, 1903.






MONEY MAKERS - 1960 (Thomas de La Rue) British Pathé (vídeo em inglês)




NUMISMATIQUE, LA FRAPPE AU BALANCIER. Cultura Europa.be (vídeo em francês).





PROBER, Kurt. Barras de Ouro das Casas de Moeda do Brasil. Porto: Boletim da Sociedade Portuguesa de Numismática, Vol. 01, n°1-4, 1952-1953, pg. 189-196.


PROBER, Kurt. Casa da Moeda da Vila da Cachoeira – 1823 (numismática luso-brasileira). Porto: Nummus, Boletim da Sociedade Portuguesa de Numismática, Vol.3, n°8-10, 1955, pg. 162-172.



PROBER, Kurt. Descrição das Moedas de Angola e São Tomé e Príncipe: Resposta à publicação feita pelo Sr. Luis Pinto Garcia sob o título supra citado na Revista “NVMMVS” N° 25, pg. 179-215. Boletim da Sociedade Portuguesa de Numismática, vol. 8, n° 26-28, 1965-1966, p. 170-178.




Qu'est-ce que la numismatique? Cultura Europa.be (vídeo em francês).



RABELO DE SOUSA, Luis Manuel. Moedas de Angola. Luanda: Banco de Angola, 1967.



RABELO DE SOUSA, Luis Manuel. O Papel-Moeda em Angola. Luanda: Banco de Angola, 1969.



SOMBRA, Severino. História Monetária do Brasil Colonial – Repertório Cronológico com Introdução, Notas e Carta Monetária. Rio de Janeiro: Oficinas Gráficas da Emp. Almanak Laemmert Ltda., 1938.



SOUZA LOBO, Augusto de. Catálogo da Coleção Numismática Brasileira de Augusto de Souza Lobo. Rio de Janeiro: 1908.



TEIXEIRA DE ARAGÃO, Augusto Carlos. Descrição Geral e Histórica das Moedas Cunhadas em nome dos Reis, Regentes e Governadores de Portugal. V1, V2, V3. Porto: Livraria Fernando Machado, 1964.



TRIGUEIROS, F. dos Santos. Dinheiro no Museu. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1972.



TRIGUEIROS, F. dos Santos. Dinheiro no Brasil. Rio de Janeiro: Léo Cristiano Editorial Ltda., 1987.



TRIGUEIROS, F. dos Santos. Exposição de Moedas Espanholas. Rio de Janeiro: Museu do Banco do Brasil, 1958.



TRIGUEIROS, F. dos Santos. Moedas e Cédulas. Rio de Janeiro: Museu do Banco do Brasil, 1964.






Periódicos


Revista para Todos - Revista semanal ilustrada. Rio de Janeiro (1919-1932).



Revista Cinearte - Rio de Janeiro (1926-1942)



Revista Fon-Fon - Rio de Janeiro (1907-1945)



Revista Careta - Rio de Janeiro (1908-1960)




Revista O Malho - Rio de Janeiro (1902-1954)




VÍDEOS



Les Trésors des Châteaux de la Loire Documentaire 2016 (em francês)



TITANIC la realite est plus etrange que la fiction  Documentaire 2016  (em francês)





LE CODE MAYA enfin déchifré Documentaire 2008 (em francês)












Les Secrets Du Naachtun La CitéMaya Oubliée II – Documentaire (2004) (em francês)







Dans le secret des pierres -Chichen Itza, les sorciers de l'eau. (2002) (em francês).





Dans le secret des pierres - Uxmal,une cité suspendue dans le ciel. (2002) (em francês).







Dans le secret des pierres - Pétra,les secrets de la cité de roc. (2001) (em francês).




Petra, au royaume des femmes. (2016) (em francês).






Cité Interdite de Pékin -Documentaire ARTE (em francês)





La Cité Interdite de Pekin Vol.1 etVol. 2 [Documentaire] (em francês)




Extraterrestres science-fictionou réalité? (2012) (em francês)




L'ombre d'un doute (documentários em francês)

1. - Edouard VIII agent des Nazis ?

24. - Que fête-t-on le 14 juillet ?

25. - Le Louvre, palais du pouvoir

26. - Et si Molière n'était pasl'auteur de ses pièces

27. - L'Elysée, le palais dessecrets

28. - Val de loire des châteaux etdes dames

29. - Romanov, enquête sur la mortdu Tsar et de sa famille

30. - Napoléon était-il franc-maçon?

31. - Henri IV, victime d'uncomplot ?

32. - Les artistes sousl'occupation

33. - Le chevalier d'Eon un agenttrop secret

34. - Septembre 1792, le casse dumillénaire

35. - Versailles théâtre del'histoire

36. - Vienne, ombres et lumières

37. - Qui était Jesus ?

38. - Les derniers jours de Jesus

39. - Stalingrad, les héroïnescachées de l'Armée rouge

40. - Richelieu et les possédées deLoudun

41. - Bordeaux, histoires dechateaux

42. - Lili Marleen, hymne nazi ouchant de la liberté ?

43. - Petiot : Le docteur Satan del'Occupation

44. - Mata Hari, une coupableidéale ?

45. - Zola a-t-il été assassiné ?

46. - Robespierre, bourreau de laVendée