quarta-feira, 18 de novembro de 2009

NUMISMÁTICA - JULIUS MEILI - III



A Obra do Medalheiro Hans Frei de Basel 1894-1906 - Julius Meili 1906

A Revista Belga de Numismática do ano de 1907 publicou uma interessante notícia sobre o lançamento do livro de Julius Meili sobre as medalhas do gravador Hans Frei de Basel. Nessa mesma revista temos a informação que a Faculdade de Filosofia de Zurique havia concedido o titulo de doutor honorário a Julius Meili pelos trabalhos importantes sobre a numismática brasileira. Essa revista publicou diversas matérias que dizem respeito à numismática brasileira que vamos pouco a pouco nos reportar.
Segue a transcrição e a tradução das informações sobre o livro das medalhas de Hans Frei e sobre a concessão do titulo de doutor a Meili.
Hans Frei, né à Bâle, le 30 avril 1868, bien qu'âgé d'à peine 38 ans, a déjà à son actif une oeuvre importante; en effet, la nomenclature de ses médailles, tant frappées que coulées, dressée avec le plus grand soin par M . Meili, l'érudit numismate de Zurich, ne compte pas moins de 103 numéros. Douze années ont suffi à M Frei pour accomplir ce travail colossal, d'un sérieux caractère d'art, qui le place parmi les médailleurs les plus en vue de son pays. Telles des médailles de M. Hans Frei sont de vrais petits tableaux : la jeune fille à la marguerite, par exemple, d'un style ultramoderniste; d'autres, ce qui prouve la souplesse du talent du graveur balois, nous reportent au moyen âge, avec ses guerriers bardés de fer, aux champs de bataille jonchés de morts et de mourants, que traversent les vainqueurs en des poses d'orgueilleux triomphe.Parmi les oeuvres les mieux réussies de M. Frei, nous plaçons son portrait, coulé en bronze, d'une touche rude et énergique qui rappelle quelque peu la façon du sculpteur-médailleur Charpentier, de Paris; nous aimons moins, bien que témoignant de nombreuses difficultés vaincues, la plaquette à la Vérité, de face, et beaucoup moins encore la « Junges Weib », une des dernières productions du maître, d'un faire vraiment trop dur pour le sujet. A. DE WITTE." (in, Revue Belge de Numismatique. Bruxelles, 1907, p.250-251).
Hans Frei, nascido em Basiléia em 30 de abril de 1868, com apenas 38 anos já possuía uma obra importante; efetivamente, a nomenclatura de suas medalhas, tanto as cunhadas como as fundidas, foi redigida com o maior cuidado pelo Sr. Meili, o erudito numismata de Zurique, conta com nada menos que 103 números. Doze anos foram necessários para o Sr. Frei realizar este trabalho colossal, de um caráter seriamente artístico, que o colocou entre os medalheiros mais em voga de seu pais. Algumas das medalhas do Sr. Hans Frei são verdadeiras pinturas: a jovem com a margarida, por exemplo, de um estilo ultra modernista; outras, que comprovam o refinamento do talento do gravador basileense, nos transportando a Idade Média, com os seus guerreiros em armaduras, nos campos de batalha cobertos de mortos e de feridos, no qual os vencedores atravessam orgulhosamente. Dentre as melhores obras do Sr. Frei, nos colocamos o seu retrato, fundido em bronze, de um toque rude e enérgico que lembra um pouco a maneira do escultor medalheiro Charpentier, de Paris; nos não gostamos muito, ainda que testemunho de muitas dificuldade vencidas, a plaqueta a Verdade, e menos ainda a "Junges Weib", uma das últimas produções do mestre, de um assunto muito difícil de realizar.
" Lors des fêtes qui eurent lieu, cette année, pour la célébration de la fondation de la Faculté de philosophie de Zurich, M. Julius Meili, de cette ville, ancien consul de la Confédération helvétique à Rio de Janeiro, a été, par décision unanime de la Faculté, proclamé docteur honoraire à la suite de ses importants travaux sur la numismatique brésilienne. Vte B. DE JONGHE."(in, Revue Belge de Numismatique. Bruxelles, 1907,p. 371)
Durante as festas que aconteceram este ano para a celebração da fundação da Faculdade de Filosofia de Zurique, o Sr. Julius Meili, desta cidade, antigo Cônsul da Confederação Helvética no Rio de Janeiro, foi, por decisão unânime da Faculdade, proclamado doutor honorário pelos seus trabalhos importantes sobre a numismática brasileira.

Medalha de Hans Frei: auto-retrato (84 x 114 mm) 1906 (Die Werke des Medailleurs Hans Frei in Basel 1894-1906, nº 67, p.21).
Veja a seqüência desta matéria, em Julius Meili IV.

Marcio R. Sandoval (sterlingnumismatic@hotmail.com)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

NUMISMÁTICA - ILHAS COOK


                                                                                © 2009 Marcio Rovere Sandoval



P3 - 3 Dólares (1987) 150 X 75 mm. No anverso uma cena da mitologia local - Ina. No reverso uma canoa de pesca – Pukapuka e uma escultura de T-Rongo.

Ilhas Cook – Território autônomo da Nova Zelândia que compreende quinze ilhas dispersas no Pacifico Sul. Situam-se entre as ilhas de Tonga e Taiti e a 3.218 km ao noroeste da Nova Zelândia. A superfície total destas ilhas é de 241 Km2 e possuem uma população de 11.870 habitantes (2009). A capital é Avarua situada na ilha de Rarotonga. Os habitantes são polinésios, culturalmente e lingüisticamente aparentados aos Maoris da Nova Zelândia. Estas ilhas foram ˝descobertas˝ ao Ocidente pelo navegador espanhol Capitão Álvaro de Mendaña y Neyra em 1595, foram também visitadas pelo navegador português Pedro Fernandes de Queiroz em 1606. Em 1773 o explorador britânico James Cook as nomeou ˝ilhas Hervey˝. Em 1824 o cartógrafo russo Johann von Krusenstern as denominou Ilhas Cook em homenagem a este ultimo. Em 1888 elas passaram a ser um protetorado britânico e em 1901 foram incorporadas à Nova Zelândia. Em 1965 eles se tornaram autônomas, no entanto, as questões relativas à defesa e às relações internacionais são de responsabilidade do governo neozelandês. Em 1985 na ilha de Rarotonga foi assinado um importante tratado de desnuclearização do Pacifico Sul (interdição de testes nucleares).
As Ilhas Cook utilizam atualmente o dólar neozelandês (NZD). O histórico das emissões remonta o Séc. XIX, dois bilhetes (P1 e P2) nos valores de 2 e 4 Shillings (xelins) do ano de 1894, que não foram emitidos. No período de 1987 a 1992, foram emitidas cédulas em dólares das Ilhas Cook (CKD), nos valores de 3, 10, 20 e 50 dólares, mais para os numismatas do que para efetiva circulação. Em 1995 o governo substituiu as cédulas pelas da Nova Zelândia, no entanto, o bilhete de 3 dólares permanece em circulação, bem como as moedas, emitidas em abundância desde 1972.

Ilha de Rarotonga - Ilhas Cook

Autor: Marcio R. Sandoval (sterlingnumismatic@hotmail.com)

© 2009 Marcio Rovere Sandoval