quarta-feira, 29 de junho de 2011

FOLHETO DO BANCO CENTRAL DO BRASIL – CRUZEIRO

Banco Central do Brasil – Gerência do Meio Circulante
Folheto: Novas Cédulas do Brasil, cerca de 1970.
Impressão: Bloch Editores S.A





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Se o leitor possui algum outro informativo sobre cédulas ou moedas, de qualquer época, nos envie para que possamos divulgar, o nosso e-mail é sterlingnumismatic@hotmail.com

sábado, 18 de junho de 2011

TU – 144 (Tupolev – 144)

                                                            © 2011 Marcio Rovere Sandoval



Moeda de 1 rublo da Rússia – Anverso: no centro águia bicéfala e a inscrição "Banco da Rússia", dentro de um círculo de pérolas. Na orla temos a denominação da moeda "um rublo" e o ano de emissão "2011". É possível notar o teor da prata (Ag 925) e o peso 7,78 g. Reverso: imagem em relevo do TU – 144 e seu traço no céu em azul. Na borda temos as inscrições "A História da Aviação Russa" e embaixo temos TU – 144 (em russo TY – 144)
Em recente matéria postada pela AFNB, intitulada “Moedas 2011 – Rússia – A História da Aviação Russa”, há uma ilustração de um avião que nos chamou a atenção pela semelhança com o Concorde. O que estaria fazendo o “Concorde” em uma moeda russa?
Na verdade trata-se do TU – 144.
O TU – 144 foi um avião de linha supersônico construído pela Tupolev (empresa russa de defesa e concepção aeronáutica). Seu primeiro protótipo voou em 31 de dezembro de 1968 em Zhukovsky, próximo de Moscou, dois meses antes do Concorde.
Ele ultrapassou a barreira do som (Mach 1) em 5 de junho de 1969 e atingiu Mach 2 (duas vezes a velocidade do som – 2150 km/h) em 26 de maio de 1970. Ele foi o primeiro avião comercial a atingir Mach 2 alguns meses antes do Concorde.
Pela existência de enormes semelhantes entre o TU – 144 e o Concorde, principalmente no que diz respeito à aerodinâmica, alguns consideram que ele foi fruto da espionagem soviética, mesmo que o TU – 144 seja maior e equipado com motores mais possantes. Foram fabricadas cerca de 24 unidades que foram colocadas em serviço pela Aeroflot em 26 de dezembro de 1975, entre Moscou e Alma-Ata (Cazaquistão), distantes cerca de 3520 km. A utilização destes aviões teve vida curta, não tiveram uma verdadeira carreira comercial, sendo os vôos desativados em 1978.
Em 3 de junho de 1973 na ocasião do 30° Salão de Bourget (Paris) um TU – 144 caiu e destruiu quinze casas e uma escola (que encontrava-se vazia no momento), matando os seis membros da tripulação e mais oito pessoas no solo. Algumas décadas depois o Concorde teria um destino semelhante e bem mais trágico.


O Tupolev – 144 em vôo pela Aeroflot e no Museu “Auto & Technik” de Sinsheim na Alemanha (120 km de Frankfurt); na terceira foto temos também o Concorde e na ultima o interior do avião. (clique para ampliar)
Veja o vídeo do acidente (em francês)

Autor: Marcio R. Sandoval
email: sterlingnumismatic@hotmail.com



terça-feira, 7 de junho de 2011

BANCO DO CAFÉ – LETRAS HIPOTECÁRIAS

                                                                                   © 2013 Marcio Rovere Sandoval


Fig. 1 e 2 - Letra hipotecaria do Banco do Café no valor de 100 mil-réis da 1ª Estampa e Série 1ª (P.S541, V.I.Lissa 679 e J.Vinicius 50). Cerca de 1929. (181 mm x 88mm).

Apesar de intensa pesquisa pouco encontramos sobre o Banco do Café. A que tudo indica ele teve vida efêmera. (cerca de 1927-1932?).
Trata-se de letras hipotecárias como consta no próprio anverso do documento. Os valores são de 100$000 e 500$000 réis. Essas letras não foram emitidas. Conhecemos dois catálogos que trazem informações sobre estas letras, o Catalogo de J. Vinicius de Cédulas do Brasil de 1982 e o de Violo Ídolo Lissa – Catálogo do Papel Moeda do Brasil de 1987. As informações constantes nestes catálogos são breves e praticamente se restringem as informações contidas na própria letra.
Descrição das letras:
São mencionados dois artigos legais, o Decreto nº 169-A, de 19 de fevereiro de 1890 e o Decreto nº 370, de 2 de maio de 1890, respectivamente a Lei Hipotecária e a sua regulamentação.
A descrição da letra de 100 mil-réis é a seguinte:
Anverso: verde-azulado sobre sépia, em calcografia e litografia. No centro, figura de duas mulheres – Alegoria da Paz e da Liberdade. Reverso: sépia, em litografia. Impressão: ABNCo. (American Bank Note Company – Nova York). Quantidade: cerca de 400.000 (em consideração às séries) (*) Ver atualização em anexo.
Encontramos 4 séries, como podemos verificar abaixo:


Fig. 3 – Detalhe das letras hipotecárias do Banco do Café, temos a indicação da estampa (1ª) e das séries (1ª à 4ª). Como em geral cada série tem 100.000 exemplares (inclusive a numeração das letras tem 6 dígitos) podemos concluir que foram impressas cerca de 400.000 cédulas de 100 mil-réis.

Estas letras são semelhantes[1] à cédula de 500 mil-réis do Tesouro Nacional de 1907 (P.86, R157).
A de 500 mil-reis:
Anverso: Violeta sobre sépia, em calcografia e litografia. No centro o mesmo quadro alegórico da anterior. Anverso: sépia em litografia. Impressão: ABNCo. Quantidade:? (*) Ver atualização em anexo. 
Lissa classifica esta letra como muito rara e traz os seguintes comentários finais: "A finalidade por que se propôs o Banco do Café não logrou êxito, motivo pelo qual a emissão dessas letras não chegou a entrar em circulação".
As letras de 500 mil-réis ao que tudo indica só existem modelos (specimen), que apareceram nos últimos anos (acreditamos que se trata dos arquivos da ABNCo., que passaram a ser comercializados a partir de 2007).
Sobre o Banco do Café encontramos uma alteração nos seus estatutos pelo Decreto Executivo n° 19.792 de 25 de março de 1931 e ainda no Diário Oficial do Estado de São Paulo de 08 de dezembro de 1932, p.11, uma publicação mencionando as atividades do banco (ativo e passivo), sua sede na Rua Três de Dezembro n°14, em São Paulo. Esta publicação foi assinada pelo Diretor-Gerente – Antonio Augusto Barros Penteado e pelo Diretor Abel H. Drumond.

[1] Em relação às alegorias.


Fig.4 – Specimen de uma Letra hipotecaria do Banco do Café no valor de 500 mil-réis da 1ª Estampa e Série 1ª (P.S542, V.I.Lissa 679a e J.Vinicius 51). Cerca de 1929. (181 mm x 88mm).
Clique nas imagens para ampliar.

Bibliografia:
- Catálogo do papel-moeda do Brasil 1771-1986, emissões oficiais, bancárias e regionais. Violo Ídolo Lissa. Brasília: Editora Gráfica Brasiliense, 3ª edição, 1987.
- Catálogo J. Vinicius de Cédulas do Brasil, 1982.
- Diário Oficial do Estado de São Paulo de 08 de dezembro de 1932, p.11.
- http://www6.senado.gov.br/sicon/

Atualização

Da letra de 100 mil-réis
Quantidade impressa: 200.000, séries de 1-4
Data da impressão pela American Bank Note Company: setembro de 1929
Cada série comportava 50.000 cédulas (Série 1: 1-50.000, série 2: 50.001-100.000, série 3: 100.001-150.000 e série 4: 150.001-200.000)

Da letra de 500 mil-réis
Quantidade impressa: 20.000, séries de 1-4
Data da impressão pela American Bank Note Company: setembro de 1929
Cada série comportava 5.000 cédulas (Série 1: 1-5.000, série 2: 5.001-10.000, série 3: 10.001-15.000 e série 4: 15.001-20.000) 

Estes dados tem como base o livro: Latin American BankNote Records – American Bank Note Company Archives. Ricardo M. Magan, Firts Edition, 2005.


Autor: Marcio R. Sandoval  (sterlingnumismatic@hotmail.com)

Publicado no Boletim da SNB (Sociedade Numismática Brasileira – São Paulo) n° 70 de 2013, p.52-54.