sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

RÉPLICAS CHINESAS? NÃO! RÉPLICAS FRANCESAS!

                                                                                          © 2012 Marcio Rovere Sandoval



Imagens dos cunhos e das "moedas carolíngias"[1] produzidos recentemente na França. (Bulletin Numismatique, CGB, nº97 de janeiro 2012, p.5)

Terão os chineses ficado para traz com suas réplicas de moedas?
É o que parece, pelo menos eles ainda não tiveram a “brilhante idéia” de colocar a venda no ebay a moeda acompanhada do cunho, do tipo, faça você mesmo.
Mas para a grande surpresa um artesão francês colocou.
No Bulletin Numismatique da CGB (Compagnie Générale de Bourse - Paris) nº 97 de janeiro 2012, p.5, temos uma interessante matéria intitulada “Les Chinois sont Dépassés!” (Os Chineses foram superados!).
Eis os comentários irônicos “No plano comercial (o fato de vender a moeda com o respectivo cunho) temos uma clara melhora da rentabilidade: não somente podemos vender cópias que os compradores poderão revender como verdadeiras, mas também o material necessário para sua produção em série. Você deseja comprar os cunhos para bater moedas de prata de Carlos Magno[2] para o ateliê de Berlim? Sem problemas, são 500 euros.” A façanha foi assinalada por um leitor do boletim que viu o anúncio no ebay de “carolíngias falsas”. Tratava-se de um artesão conhecido que foi contactado pela CGB para que retirasse o anúncio e fornecesse fotos dos cunhos e das moedas para divulgação.
Colocando na internet as fotos das moedas e dos cunhos a empresa pretende alertar o público para os perigos de se comprar moedas falsas como sendo verdadeiras.
As moedas e os cunhos são de boa qualidade e podem levar o leigo e mesmo o colecionador desavisado a comprar gato por lebre.
Para concluir a história o artesão, compreendendo a natureza da questão, que poderia lhe causar mais problemas do que lucro, retirou o produto do ebay e se comprometeu a destruir os cunhos e jamais produzir outros.

Autor: Marcio R. Sandoval (sterlingnumismatic@hotmail.com)

© 2012 Marcio R. Sandoval 

[1] A Dinastia Carolíngia depôs a Merovíngia em 751 e reinou sobre a Germânia até 911 e sobre a França até 987.  
[2] Rei dos franceses, reis dos lombardos e depois imperador do Ocidente (768-814).

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

VINHETA DA AMERICAN BANK NOTE COMPANY

                                                                                          © 2011 Marcio Rovere Sandoval


Fig. 1 – Vinheta da American Bank Note Company intitulada “Texas Steer”(Touro Texano), a  gravura original é de cerca de 1887. Impressão moderna (1990) a partir das chapas originais da ABNCo. (78mm X 64 mm).

Vinheta – Ornamento ilustrativo, desenhado ou gravado. Em se tratando de papel-moeda os ornamentos ou motivos utilizados na composição das cédulas eram geralmente gravados em placas de cobre ou zinco e depois impressos com a utilização de uma prensa. Esta designação é originária do francês “vigne” ('vinha' + suf. dim. fr. -ette), em virtude de que, muitas vezes estes motivos continham vinhas decorativas.

Esta vinheta do “Texas Steer” foi utilizada pela ABNCo. em várias oportunidades no final do século XIX e inicio do século XX. Um bom exemplo são as cédulas do Banco de Honduras nos valores de 5 pesos (P.22) e 100 pesos de 1889 (P.24); 10 pesos (P.25), 20 pesos (P.26) e 50 pesos de 1913 (P.27); 1 peso de 1922 (P.29), 5 Lempiras (P.42), 10 lempiras (P.43) e 20 lempiras de 1941 (P.44).




Fig. 2 – Cédula de 20 pesos do Banco de Honduras (P.26) de 1913, impressa pela ABNCo. com a utilização da vinheta do touro. Esta cédula é a mesma que ilustra o World Paper Money – General Issues.


A cédula de 100 mil-réis (S628) do “Banco Nacional do Brazil” (1890-1896), impressa pela empresa inglesa Waterlow & Sons apresenta no reverso uma imagem semelhante, vejamos:


Fig. 3 – Reverso da cédula de 100 mil-réis (S628) do “Banco Nacional do Brazil” (1890-1896), impressa pela Waterlow & Sons, com motivo semelhante ao da ABNCo. Cédula pertencente à Coleção do Museu de Valores do Banco Central do Brasil.


Teria a empresa inglesa (W&S) copiado o motivo da empresa americana (ABNCo.)? Acreditamos que não, houve certamente uma inspiração ou mesmo um entendimento entre as duas empresas, eis que era comum a alternância de fornecedores, como parece ser o caso da cédula de Honduras que reproduzimos abaixo:





Fig. 4 – Reverso da cédula de 50 centavos (P.28) do Banco de Honduras de 1922 (specimen), impressa pela Waterlow & Sons, com motivo semelhante ao da ABNCo.
  
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Autor: Marcio R. Sandoval (sterlingnumismatic@hotmail.com)

© 2011 Marcio R. Sandoval