© 2008 Marcio Rovere Sandoval
Cédula de 50$000 réis (specimen) da 17ª estampa (R.130s; P.59) ; no anverso temos a efígie de Joaquim Xavier da Silveira Júnior (Ex-Prefeito do Distrito Federal e no reverso o Monumento do Ipiranga. (Cédula reproduzida a partir da Iconografia do Meio Circulante. Brasília: Banco Central do Brasil, 1972, n° 114, p.82).
No reverso da cédula de 50 mil réis da 17ª estampa do Tesouro Nacional (P.130; P.59), impressa pela empresa inglesa Waterlow & Sons Limited em 1936, temos o monumento que fora erguido alguns anos antes, mais precisamente em 1922, na ocasião do primeiro centenário da Independência do Brasil. Monumento de linhas neoclássicas que na época gerou grande polêmica. Por volta de 1919 resolveu-se erguer o dito monumento na colina histórica realizando-se um concurso internacional sobressaindo ao final os nomes de dois candidatos: Ettore Ximenes e Nicola Rolo, ambos italianos. O primeiro, velho artista clássico; o segundo, moço e impetuoso, amante dos bons vinhos e das mulheres bonitas. O temperamento de ambos vinha expresso nos respectivos projetos. Os conservadores batiam-se por Ximenes, os espíritos jovens batiam-se por Rolo, entre eles Monteiro Lobato. A comissão de julgamento nomeada pelo Governo, composta de gente sisuda, arrepiou-se ante as audácias de Nicola Rola e Ximenes ganhou a partida. Ergueu-se, assim, um monumento de granito e bronze para marcar o local em que D. Pedro I, de viagem para São Paulo, fora alcançado pelo correio e por ele recebera notícias pouco agradáveis do Reino. Era preciso seguir o conselho paterno "Põe a coroa do Brasil na tua cabeça, antes que algum aventureiro lance mão dela" dissera-lhe D. João VI, já de volta a Lisboa ou as ordens da imperatriz Dona Leopoldina, mas isto já é outra história...
Autor: Marcio R. Sandoval (sterlingnumismatic@hotmail.com)
© 2008 Marcio Rovere Sandoval
Publicado originalmente em: Monumento do Ipiranga. Sete – Selo e Arte, Órgão de Divulgação da AFSC - Associação Filatélica de Santa Catarina, 07 de dezembro de 1998, ano V, n° XXVIII, p.3