segunda-feira, 29 de setembro de 2008

ANDRÉ JOÃO ANTONIL - CULTURA E OPULÊNCIA DO BRASIL POR SUAS DROGAS E MINAS - 1711




CULTURA E OPULÊNCIA DO BRASIL POR SUAS DROGAS E MINAS DE ANDRÉ JOÃO ANTONIL - 1711.
Obra magistral escrita pelo jesuíta italiano João Antônio Andreoni sob o pseudônimo de André João Antonil. A terceira parte deste livro trata das minas do Brasil. Foi publicado em 6 de março de 1711 e proibido dez dias depois do lançamento, sendo ordenada sua destruição. Não era do interesse da Coroa Portuguesa a divulgação de informações que pudessem despertar a cobiça pelas minas do Brasil. Dos raros exemplares que escaparam da destruição, são conhecidos apenas sete. Uma segunda edição foi publicada em 1898
quando Capistrano de Abreu através de suas pesquisas descobriu que Antonil e Antônio Andreoni eram a mesma pessoa. A Biblioteca John Carter Brown de Providence nos Estados Unidos adquiriu em 2002, em um leilão realizado pela Sotheby´s de Londres, um exemplar deste livro por cerca de US$159000.
Dos sete exemplares conhecidos, três encontram-se no Brasil. A Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro possui um deles. Fora do Brasil temos os outros quatro exemplares, nas seguintes instituições: na Biblioteca Nacional de Lisboa, na Biblioteca de Paris, na Biblioteca Britânica de Londres e na Biblioteca da Universidade Brown de Providence nos Estados Unidos.
Seguem as informações para a localização da cópia digital do livro, exemplar da Biblioteca Nacional, disponível on-line.


4. ANTONIL, João Antonil. Cultura e Opulência do Brasil por suas drogas e minas.Lisboa: Officina Real Deslandesiana, 1711.

domingo, 21 de setembro de 2008

NUMISMÁTICA – IMPÉRIO ÁUSTRO-HÚNGARO


CÉDULAS DO IMPÉRIO ÁUSTRO-HÚNGARO

                                                                             
                                                                           © 2008 Marcio Rovere Sandoval


Detalhe do anverso da cédula de 1000 Coroas do Império Austro-Húngaro (1867-1918) emitida em 1902 (Pick n° 8a – Fig. da esquerda). O Império compreendia a Áustria, a Hungria, a Tchecoslováquia, parte da Polônia, da Romênia, da Iugoslávia e da Itália. O Tratado de Versalhes pôs fim a sua existência ao término da 1ª Guerra Mundial.
Como o Império congregava diversos povos, optou-se por utilizar imagens neutras como de mulheres e crianças, presentes nas cédulas do período. Quando foi lançada a cédula de 1000 Coroas em 1902 houveram comentários de que se tratava do retrato da Imperatriz Elisabeth (Fig. da direita), dita Sissi, esposa do Imperador Francisco José I, que fora assassinada em Genebra em 10 de setembro de 1898, por um “anarquista” italiano, Luigi Lucheni, mas a hipótese, malgrado a semelhança não é verdadeira. Em relação à morte da Imperatriz, existe um interessante livro denominado “Memórias do Assassino de Sissi”, publicado por Santo Capon, já com edição em português.
Publicamos no Boletim da AFSC n°53 de março de 2006 (p.4 a 10) uma interessante matéria sobre este assunto, intitulada “Império Austro-Húngaro – Babel Lingüística e Numismática”, prosseguindo com os estudos, realizamos em 2007, no mesmo Boletim (N° 56, p. 10-17), outra matéria intitulada: “Emissões do Banco Austro-Húngaro e o Reaproveitamento das Estampas após a 1 Guerra Mundial”, que contém a relação das cédulas do Império e o das cédulas reaproveitadas pelos novos países que surgiram do seu desmantelamento. Estas e outras matérias podem ser vistas no site da AFSC.


Marcio R. Sandoval (sterlingnumismatic@hotmail.com)

© 2008 Marcio Rovere Sandoval


sábado, 13 de setembro de 2008

NUMISMÁTICA – HERÓDOTO E AS PRIMEIRAS MOEDAS



HERÓDOTO E AS PRIMEIRAS MOEDAS


“De todos os povos dos quais temos conhecimento, foram os lídios os primeiros a cunhar moedas de ouro e de prata.”
Heródoto, Clio, XCIV.




Acima alguns exemplares das moedas cunhadas na Lídia[1]. Nesta região, no século VII a.C (em torno do ano 610 a.C), acredita-se que foram cunhadas as primeiras moedas, elas eram de uma liga natural de ouro e prata denominada electro. A China, quase na mesma época (em torno do ano 600 a.C), também produziu suas próprias moedas, mas de maneira diferente, sendo estas fundidas em bronze e não cunhadas.

O endereços seguintes dão acesso a obra de Heródoto, o primeiro é o da versão francesa de 1870, tradução direta do grego por Pierre Henri Larcher, que serviu de base à tradução em língua portuguesa de 2006. Boa leitura.

Tradução em português – 2006

Marcio R. Sandoval (sterlingnumismatic@hotmail.com)

[1] Antigo reino sob influência grega situado na Ásia Menor, atual Turquia.

HANS STADEN - VIAGEM AO BRASIL


HANS STADEN - VIAGEM AO BRASIL
VERSÃO DO TEXTO DE MARBURG DE 1557, POR ALBERTO LöFGREN. REVISTA E ANOTADA POR TEODORO SAMPAIO, RIO DE JANEIRO, 1930.
A primeira edição foi publicada em Frankfurt (1556), mas as gravuras, a que tudo indica, não agradaram ao autor, que optou por uma nova edição.
Esta obra foi traduzida para diversas línguas, a tradução para a língua portuguesa foi feita em 1892, de autoria de Alencar Araripe, publicada na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Vol. 55, parte I, p.267-360.
Hans Staden esteve no Brasil por duas oportunidades, primeiramente em janeiro de 1548, em Pernambuco, nesta ocasião combateu os indígenas e até um navio francês, logo em seguida retornou à Europa. A segunda viagem aconteceu naquele mesmo ano, em novembro, ele naufraga próximo a São Vicente, e sobrevive. É contratado pelos portugueses para servir de artilheiro no Forte de São Felipe da Bertioga. Durante uma caçada é feito prisioneiro pelos Tupinambás que o conduzem a Ubatuba. Permaneceu prisioneiro dos índios durante nove meses até que foi resgatado por um corsário francês. De volta à Europa escreveu um relato de sua passagem pelo Novo Mundo. O título original do livro é: "Warhaftige Historia und Beschreibung eyner Landtschafft der wilden, nacketen, grimmigen Menschfresser Leuthen in der Newenwelt America gelegen", que como vimos foi publicado em Marburg na Alemanha em 1557.
Acima gravura do livro: “índios Tupinambás”.

3. STANDEN, Hans. Viagem ao Brasil. 1557. (1930).

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

HISTÓRIA - SÃO PAULO SETECENTISTA


A Cama do Gonçalo, por Belmonte


Retrato supositivo de Amador Bueno da Ribeira (Aclamado Rei de São Paulo em 1641), por Belmonte (Benedito Bastos Barreto – 1896 a 1947). Segue abaixo um texto deste mesmo autor constante do livro – No Tempo dos Bandeirantes ,que achamos muito interessante. Belmonte utilizou como fonte de inspiração as Atas da Câmara de São Paulo e recriou com um talento fora do comum, situações surpreendentes. Boa leitura.




UMA CONSEQUÊNCIA DA POBREZA DE MÓVEIS NA VILA. A CHEGADA DE UM OUVIDOR E A REQUISIçÃO DE UMA CAMA – A OBSTINAçÃO DE UM HOMEM NA DEFESA DO SEU DIREITO.


Quando se sabe, numa fria tarde de agosto de 1620, que o ouvidor Amâncio Rebêlo Coelho virá a São Paulo passar a sua correição, assalta os "homens bons" da vila uma terrível, indisfarçável atrapalhação.
A visita de um ouvidor à vila do planalto não constitui, em verdade, episódio anormal e capaz, por si só de esfriar a espinha dos escrupulosos senhores do Conselho. A vinda desses austeros representantes de Sua Majestade, incumbidos de aplicar, na colônia, os capítulos da Ordenação, realiza-se de tempos a tempos e nunca , como desta vez, o caso toma aspecto de tão apreensiva singularidade.
Mas a questão é que, desta feita, à notícia de que o severo funcionário já anda pelas alturas do Cubatão e vai iniciar a subida da serra, comodamente refestelado na sua rede de abrolhos, os senhores do conselho vêem erguer-se, implacavelmente, este problema angustioso: onde alojar o homem?
Na casa da Câmara evidentemente. Mas, como na casa da Câmara não existem leitos, o problema se apresenta sobre outro aspecto: onde arranjar uma cama decente para o senhor ouvidor?
E é aqui, diante dessa aflitiva interrogação, que os atribulados camaristas franzem rugas pensativas na testa e, desesperadamente, dão tratos à bola.
Na Vila existem camas, como existem catres e redes. A Câmara pode, logo que o necessite, requisitar uma delas e colocá-la à disposição do doutor Amâncio Rebêlo Coelho. Mas as camas que existem na vila, são trastes de incrível mau gosto, detestáveis trambolhos feitos na terra, e tão incaracterísticas que dificilmente poderá alguém saber a diferença que existe entre um leito e um catre. E o ilustre ouvidor itinerante teria mesmo que repousar suas preciosas banhas numa cama de negros
[1] se, de repente, alguém não se lembrasse de qualquer coisa e não pronunciasse estas cinco palavras salvadoras:
A cama do Gonçalo Pires!
A cama de Gonçalo vai salvar a situação e não é difícil imaginar o que se terá passado daí por diante.
Concordes os oficiais da Câmara em que se deve requisitar o precioso móvel, por empréstimo ou aluguel, dirigem-se à casa do homem três vereadores. Batem à porta. São recebidos. Expõem o caso.
Mas, inexplicavelmente, após ouvir as razões que os homens da Câmara invocam para solicitar-lhe a cama, Gonçalo Pires se fecha numa negativa renitente e feroz:
- Vossas Mercês estão me propondo um absurdo! A cama é minha, comprei-a no Reino com meu rico dinheiro, é nela que durmo e não a empresto a ninguém!
- Mas, neste caso, arrisca um oficial, muito conciliador, nesse caso Vossa Mercê nos alugará o móvel...
Gonçalo treme de raiva.
- Não alugo nada! Não empresto, não alugo, não dou, não vendo! Não sou negociante de móveis e a cama não sai daqui! Não posso dormir no chão como meus "negros"! O senhor ouvidor que durma onde quiser, mas não na minha cama!
Parece inútil insistir. Gonçalo não se curva a nenhuma explicação, não quer ouvir nada, não transige, não cede. Os três oficiais fazem a única coisa possível de fazer-se em tão dramática conjuntura. Tomam os chapéus, saem, cavalgam as mulas e, cabisbaixos, em silêncio, lá se vão, rumo à casa do senhor juiz.
O juiz, posto a par da surpreendente cena em casa de Gonçalo não precisa abismar-se em longas conjeturas. Se Gonçalo se recusa a servir Sua Majestade, na respeitável pessoa do senhor ouvidor, deve ser tido como rebelde. Podem, pois, os senhores oficiais, de acordo com o artigo tanto da "Ordenação", requisitar a cama, usando de força. Podem se quiserem, meter o Gonçalo no xadrez. Podem até enforcá-lo. E esquartejá-lo. E...
Esse "crescendo" de penalidades parece aumentar ao infinito as culpas do rebelde. E acha-se que a simples requisição da cama é, até, mais uma graça do que um castigo imposto ao negregado Gonçalo. Razão de sobra para que não se discuta mais.
Oficiais da Câmara, com seis índios e homens armados, irão buscar a cama do Gonçalo.
Quando, no dia seguinte, Gonçalo Pires abre a porta e dá com a assustadora tropa, compreende tudo e corre para dentro. Os homens vão entrando. Invadem o quarto. O oficial, com boas palavras, ainda tenta uma conciliação.
Inútil! Gonçalo Pires está intratável, congesto e brada contra a violência. O oficial começa a perder a calma - coisa que Gonçalo já havia perdido há muito tempo - e cita parágrafos da Ordenação de Sua Majestade, capítulos de ordens dos corregedores, provisões dos ouvidores; fala em penas na cadeia, degredo na costa d´Africa, passeio até a forca da Tabatinguera... O senhor Gonçalo diante de tais perspectivas, não acha que será melhor emprestar ou alugar a cama, sem um apelo à violência, perfeitamente evitável?
Gonçalo não acha nada. Gonçalo não atende a nada. O que Gonçalo quer é que o deixem em paz com sua cama e vão-se embora.
Os oficiais entreolham-se. Não há outro remédio. Dois homens agarram o "rebelde", enquanto os índios desarmam a cama e vão levando-a, com seu sobrecéu, seus cobertores, seus lençóis, rumo à casa da Câmara onde, no dia seguinte , irá dar descanso ao corpo fatigado do senhor ouvidor Amâncio Rebêlo Coelho...
Passa-se um mês.
No dia 12 de setembro desse ano de 1620, realiza-se uma das sessões da Câmara e, entre outros assuntos, surge o atribulado caso da cama requisitada.
Gonçalo Pires continua furioso e, não tendo podido evitar a rumorosa apreensão, não quer mais receber o leito de volta, continuando a clamar contra a violência.
Os senhores conselheiros, por sua vez, não precisam mais do móvel, pois o senhor ouvidor já partiu para a Côrte. E é assim que, nessa sessão, toma a palavra o procurador Francisco Jorge para explicar que os oficiais da Câmara mandaram vir uma cama, colchão e cobertor e um lençol de pano de algodão usado e um travesseiro usado que foi tomado para o ouvidor geral, a qual estava da maneira que o tomaram de sua casa, de que deu fé o tabelião Simão Borges Cerqueira, que estava da própria maneira que o tomaram de sua casa, somente estar o lençol por lavar, e os oficiais mandaram ver a dita cama por dois homens juramentados que foram Belquior da Costa e Gaspar Manuel Salvago os quais disseram que estava a cama velha e suja... Salvago, todavia, afirma que a cama está no estado em que a tomaram.
Gonçalo Pires, contudo, feroz na defesa do seu direito, afirma que lhe estragaram o precioso móvel e nega-se a recebe-lo. A Câmara insiste em pagar o aluguel do leito. Gonçalo obstina-se em não receber. Ou lhe devolvem a cama, no estado em que a encontraram, ou então... ou então Gonçalo não sabe o que fazer. Não precisa de esmolas.
Os senhores do Conselho irritam-se. E, energicamente, exigem que Gonçalo compareça à Câmara, com pena de seis mil réis, para receber o dinheiro que Sua Majestade manda de aluguel de sua cama.
Mas Gonçalo não aparece na Câmara.
Expedem-se citações. Gonçalo não se mexe.
E, nisso, passa-se mais um mês.
Passa-se mais um mês e, certo dia, reunida a Câmara, o procurador faz entrar no recinto o alcaide Francisco Jorge para que este exponha à Casa o que tem havido com Gonçalo Pires. E o alcaide, após jurar, pondo a mão sobre um livro de Horas, deu fé que indo à casa do Gonçalo Pires fazer uma notificação por mandado dos ditos oficiais que mandavam ao dito Gonçalo viesse tomar entrega de uma cama que nesta casa do Conselho está, a qual cama foi tomada para serviço do ouvidor geral Amâncio Rebêlo Coelho, o dito Gonçalo Pires se lhe escondera, o que fazia a fim de se lhe não fazer a dita notificação e para não se lhe entregar a dita cama, fundado em sua malícia, ao que mandaram os ditos oficiais lhe fosse feita a terceira notificação e, quando não o acharam, notificaram a um vizinho seu mais chegado.
É de crer que, continuando Gonçalo a esconder-se para fugir à presença incômoda do alcaide, tenha este entregue a terceira notificação ao vizinho mais próximo. Mas...

Correm os dias. Escoam-se os meses. Passam os anos.
O vizinho de Gonçalo, com a casa abarrotada de notificações da Câmara, não sabe mais onde guardar a enxurrada de papéis que lhe invade a casa. E um belo dia, seis anos após o dia tenebroso em que arrebataram a cama do Gonçalo, justamente no dia 27 de fevereiro de 1627, reunidos os senhores vereadores em conselho, o escrivão Manuel da Cunha lança no livro de Atas este certificado:

"Sertifico eu mel. da cunha escrivão da comarca desta villa de são paullo en como hé verdade que eu notifiquei a gonçalo pires vihesse tomar sua cama por mandado dos ofisiais desta comarca, ho quall respondeo que lhe dessen como lha tomaram que então a receberia."

Seis anos de resistência não abalaram a incrível teimosia de Gonçalo Pires. Seis anos de luta com os Oficiais da Câmara, seis anos de negativas, de recusas e de intransigências, não alteraram a decisão que este homem surpreendente tomou, um dia, e que mantém de pé, inabalável como uma convicção, indestrutível como um dogma. Privado de sua cama, afagado com promessas e tentado com dinheiro, o espantoso Gonçalo é, em 1627, o que fora em 1620 - o homem que quer a sua cama no estado em que lha tomaram. Em verdade, Gonçalo não é mais um homem: é uma Vontade em ação.
Depois disso não se fala mais em Gonçalo Pires, nem em sua cama.
Gonçalo morre. E, talvez, é bem possível que, antecipando-se a Cambrone em Waterloo, tenha ele exclamado, ao exalar o último suspiro diante da última notificação:
Nunca! O velho Gonçalo morre mas não se rende!

(in, No Tempo dos Bandeirantes - por Belmonte, 4ª edição, Edições Melhoramentos, 1948, p.44 a 50).

Obs.: O livro apresenta ilustrações feitas pelo próprio autor, que não constam nesta transcrição.

Transcrição e atualização ortográfica por Márcio R. Sandoval.
Fevereiro de 2007.
[1] N.T. Esta passagem, como algumas outras, é infeliz, mas devemos considerar a época em que o texto foi escrito, década de 30/40.

NUMISMÁTICA - MEDALHAS BRASILEIRAS


MEDALHAS BRASILEIRAS


No boletim da AFSC n° 58 do mês de agosto, publicamos uma matéria sobre as primeiras medalhas brasileiras, o título da matéria é: “As medalhas representadas por Jean Baptiste Debret em sua “Viagem pitoresca e histórica ao Brasil”. Esta matéria contém ilustrações das medalhas e informações sobre a Missão Artística Francesa de 1816. Ao lado temos a reprodução da primeira medalha cunhada no Rio de Janeiro, em 1820, por Zeferino Ferrez, cujo anverso servio de ensaio para a Medalha comemorativa da Aclamação de D. João VI. (50 mm – Peça do Acervo do Museu Imperial de Petrópolis – RJ). Esta matéria, bem como outras podem ser vistas no site da AFSC. Esta mesma matéria pode ser vista neste blog (clique para visualizar).

sábado, 6 de setembro de 2008

NUMISMÁTICA - JULIUS MEILI - I



                                   © 2008 Marcio Rovere Sandoval
JULIUS MEILI (1839-1907)
Natural de Hettlingen ou de Hinwill ambas situadas próximas da cidade industrial de Winterthur, no Cantão suíço de Zurique. São de 1869 os primeiros registros de sua presença no Brasil (Anais da Colônia Suíça da Bahia). Foi sócio da empresa Cramer-Frey & Cia, de Zurique, Bahia e Rio de Janeiro. Foi nomeado Cônsul da Suíça (na Bahia) em 28 de julho de 1875, com carta patente assinada por D. Pedro II. Deixou o Brasil em 1892, era sócio correspondente do IHGB - Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. De retorno à Suíça casou-se com Katharina Anna Mathilde Schiffmann, que faleceu em Genebra em 1940. Julius Meili faleceu em 17 de agosto de 1907 em Zurique, aos 68 anos de idade. Ele foi um dos maiores estudiosos da numismática brasileira, foi, inclusive, cognominado “Pai da Numismática Brasileira”. Reuniu durante os anos que passou no Brasil uma espetacular coleção de moedas, de cédulas e de medalhas, tanto brasileiras como portuguesas. Não se contentou em colecionar, escreveu livros e matérias notáveis que ainda hoje se constituem numa das principais fontes de referência para a numismática brasileira. Sua coleção foi deixada para o Schweizerisches Landesmuseum de Zurique que por falta de interesse na época (coleção alheia aos objetivos do museu) colocou a coleção a disposição, sendo vendida em leilão pela primeira vez em Amsterdã, pela empresa de J. Shulman em 23 de maio de 1910. Depois deste primeiro leilão houveram outros, mas ao que parece nem todo o acervo se dispersou, sendo que muitas das peças, como por exemplo, as cédulas, encontram-se hoje no CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil e uma boa parte das moedas no Museu Histórico Nacional, ambos no Rio de Janeiro.
Fizemos alguns apontamentos sobre a obra de Julius Meili, veja a relação dos seus principais trabalhos.


Marcio R. Sandoval (sterlingnumismatic@hotmail.com)

© 2008 Marcio Rovere Sandoval

NUMISMÁTICA - JULIUS MEILI - II

O MEIO CIRCULANTE NO BRASIL – 1897-1905
JULIUS MEILI (1839-1907)

Esta obra foi publicada em 3 volumes, os dois primeiros foram escritos na língua alemã e o terceiro em português.

"Das Brasilianische Geldwesen von Julius Meili"Zürich", 1897-1905.

Título em português : O Meio Circulante no Brazil.
São 3 volumes, ilustrações e tabelas, 26 cm (v.3 32 x 25 cm.)
O volume 1 e 2 apresentam também título em português e o volume 3 também apresenta título em alemão.






Título em português: As Moedas da Colônia do Brazil, 1645 até 1822. A obra foi publicada originalmente em 1897 em alemão e até a presente data, não foi traduzida para o português. A página ao lado, Estampa I (Tafel I), trata das moedas obsidionais holandesas da Companhia das Índias Ocidentais (West Indie Compagnie - WIC ou GWC). As moedas ilustradas pertencentes à antiga coleção Meili são de XII, VI e III florins de ouro (1645/1646) e X, XII, e XXX soldos de prata (1654). Estudos recentes, referentes a estas moedas de prata, tem revelado que apenas a moeda de XII soldos é verdadeira.
Este é o segundo título do Meio Circulante no Brasil, apresenta uma parte da bibliografia indicada por Meili. Da mesma forma que o primeiro volume, este não conheceu edições posteriores à primeira e aguarda ser traduzido. Este livro, como o anterior, é dificil de se encontrar, até mesmo em leilões internacionais.








Título em alemão: "Das Papiergeld in Brasilien, 1771 bis 1900."Obra escrita em português, a primeira edição saiu em 1903. Este livro é monumental, como o conjunto da obra de Meili, de formato um pouco maior do que os anteriores.
O Senado Federal reeditou a obra em 2005.



Veja a seqüência desta matéria, em Julius Meili III.

Autor: Marcio R. Sandoval (sterlingnumismatic@hotmail.com)

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

BARLEUS - HISTÓRIA DOS FEITOS RECENTES...


BARLAEUS – HISTÓRIA DOS FEITOS RECENTES...
HISTÓRIA DOS FEITOS RECENTES PRATICADOS DURANTE OITO ANOS NO BRASIL E NOUTRAS PARTES SOB O GOVERNO DO ILUSTRÍSSIMO JOÃO MAURÍCIO CONDE DE NASSAU, ETC... ORA GOVERNADOR DE WESEL, TENENTE GENERAL DE CAVALARIA DAS PROVÍNCIAS UNIDAS SOB O PRÍNCIPE DE ORANGE por GASPAR BARLÉU.
Tradução da obra de Caspar Barlaeus – Rerum per octennium in Brasilia et alibi nuper gestarum, sub praefectura illustrissimi comitis. I. Maurtitii Nassoviae, etc... Amstelodami.
Esta obra foi publicada pela primeira vez em Amsterdã em 1647. Trata-se da história oficial do Domínio Holandês no Brasil encomendada por Maurício de Nassau ao latinista Caspar Barlaeus. Segundo o Manual de Estudos Brasileiros de Rubens Borba de Morais houve uma reimpressão do original em 1689. Em 1940 o livro foi traduzido para o português por Cláudio Brandão. Em 1999 para comemorar a restauração do exemplar da Biblioteca Nacional foi lançado o livro “O Brasil e os Holandeses” organizado por Paulo Herkenhoff.

Seguem as informações para a localização da cópia digital do livro em português editada pelo Senado Federal:

2. BARLÉU, Gaspar. O Brasil Holandês sob o Conde Maurício de Nassau. 1647. (2005).

TRATADO DE TORDESILHAS


TRATADO DE TORDESILHAS


Tratado assinado entre Portugal e Espanha na cidade de Tordesilhas (Espanha) em 7 de junho de 1494 que dividia o mundo entre a duas então potências. Tratava-se de uma linha imaginária de pólo a pólo distante 370 léguas das Ilhas de Cabo Verde, para Oeste, pertencendo a parte Ocidental à Espanha e a Oriental à Portugal. No final do Século XV, países como a Inglaterra, a França e a Holanda, ainda não partilhavam da cena política internacional.
Seguem as informações para a localização da Minuta original do Tratado:
1. MINUTA ORIGINAL DO TRATADO DE TORDESILHAS. Manuscrito sobre papel, 8 páginas, textos em espanhol, 7 de junho de 1494. Versão portuguesa extraída de José Manuel Garcia, A minuta do Tratado de Tordesilhas, in Oceanos, n.º 18, Junho de 1994, p. 62-76. Biblioteca Nacional de Lisboa – Portugal.