sexta-feira, 25 de junho de 2010

RIO DE JANEIRO – 1900

                                                                                        © 2010 Marcio Rovere Sandoval


Rio de Janeiro – 10 /3-900
Ilmo. João – Ahi vai uma vista do Largo do Paço, Cathedral, Mercado e Ilha das Cobras tirada do Morro do Castelo. Ela é antiga, pois hoje em dia o Largo do Paço já não é mais ajardinado, mas acha-se ali uma estatua eqüestre do General Osório – Diga-me opportunamente se devo insistir na remessa semanal de cartões de visitas ou se devo suspendela. Conte com seu amigo dedicado e sincero – Presser. Sem mais
Bilhete Postal (Cartão Postal) enviado do Rio de Janeiro para Porto Alegre em 10 de março de 1900 e recebido no dia 19 daquele mesmo mês e ano.

A foto é do fotógrafo Marc Ferrez e foi tirada por volta de 1870. Podemos ver nela o antigo convento do Carmo, o Paço, a fachada da Câmara e da Cadeia, do outro lado da Praça temos o Hotel de France, o Arco do Teles, o mercado e o ancoradouro e ao fundo a Ilha das Cobras. É possível notar a existência do passadiço entre o Paço e o convento do Carmo (três arcos sobre a Rua Direita – hoje 1° de março). Sua existência deve-se ao fato de que quando a família real ocupou o palácio em 1808, a rainha D. Maria I (cognominada a Louca - mãe de D. João) ficou hospedada no Convento e para evitar que ela tivesse que passar pela rua, construiu-se o passadiço. Este passadiço foi demolido no principio do Século XX.
Obs.: Clique na imagem para ampliar.


Autor: Marcio R. Sandoval
email: sterlingnumismatic@hotmail.com

© 2010 Marcio Rovere Sandoval


segunda-feira, 14 de junho de 2010

A ORIGEM DA 'ÁGUA-ARDENTE'





Petit Moulin Portatif (Pequena Moenda Portátil) in Voyage Pittoresque et Historique au Brésil (Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil) por Jean Baptista Debret. Paris MDCCC XXXIV (1834).

Momento Manguaça[1] Cultural
Antigamente, no Brasil, para se ter melado, os escravos colocavam o caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levavam ao fogo.
Não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse.
Porém um dia, cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou.
O que fazer agora?
A saída que encontraram foi guardar o melado longe das vistas do feitor.
No dia seguinte, encontraram o melado azedo fermentado. Não pensaram duas vezes e misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo.
Resultado: o 'azedo' do melado antigo era álcool que aos poucos foi evaporando e formou no teto do engenho umas goteiras que pingavam constantemente.
Era a cachaça já formada que pingava. Daí o nome 'PINGA'.
Quando a pinga batia nas suas costas marcadas com as chibatadas dos feitores ardia muito, por isso deram o nome de 'ÁGUA-ARDENTE' .
Caindo em seus rostos escorrendo até a boca, os escravos perceberam que, com a tal goteira, ficavam alegres e com vontade de dançar.
E sempre que queriam ficar alegres repetiam o processo.
(História contada no Museu do Homem do Nordeste).



[1] Esta palavra ainda não faz parte do vocabulário oficial da Língua Portuguesa é assim uma expressão popular que designa a aguardente e seus efeitos, a embriaguez.