quinta-feira, 15 de outubro de 2015

MEMÓRIAS DO SENADO

Memórias do Senado


                                             © 2014 Marcio Rovere Sandoval


Fig.1 – Em primeiro plano, o Palácio do Congresso Nacional, em Brasília, detalhe do reverso da cédula de 100.000 cruzeiros de 1985 (C176; P.205).

Parte I

Brasília 2030

                        Brasília, 13 de junho de 2030, dia de estreia do Brasil na Copa do Mundo, o país inteiro está centrado no acontecimento. O jogo tem início às 14 horas; nesse mesmo instante começa o trabalho de demolição, dito posteriormente “desmonte”, do antigo Palácio do Congresso Nacional[1]. O prédio havia sido edificado em 1960, obra do arquiteto modernista Oscar Niemeyer. Situava-se no Plano Piloto, projetado por Lúcio Costa. O palácio foi desocupado pelo Congresso Nacional há alguns anos, por ter se tornado obsoleto frente às novas tecnologias. Mesmo quando ocupado, necessitava de reformas urgentes que eram sempre procrastinadas.
                        Apesar de ser tombado pelo patrimônio histórico, cogitava-se, nas esferas governamentais, demoli-lo, diante da falta de segurança e, segundo argumentações, “impunha-se a demolição do aviltado palácio e do Plano Piloto, diante de sua presença estorvante, permitindo o desafogo da área central da capital”.
                        Discussões intermináveis durante anos não conseguiram dar um encaminhamento à questão. Como já havia acontecido em casos semelhantes, o prédio, após a saída das Casas Legislativas, restou subutilizado por diversos órgãos do Governo e, depois, finalmente caiu em desuso. Na ausência de consenso sobre o destino do prédio, o Governo viu por bem agir, demolindo-o, para, segundo declaração, reedificá-lo posteriormente em local mais “adequado”.
                        Vinham sendo feitas, na imprensa, críticas mordazes em relação ao prédio e ao Plano Piloto. Segundo as declarações, o Palácio do Congresso Nacional, além de obsoleto, seria nada mais que uma cópia do templo egípcio de Hatchepsut (1470 a.C) e o Plano Piloto, nada mais do que um projeto inspirado na cidade egípcia de Aquetaton[2] (cerca de 1360 a.C), que tem os planos no formato de asas de pássaro.
                        Outra especulação foi feita em relação ao arquiteto Le Corbusier, que teria colaborado nos planos de construção, mesmo diante das suspeitas de fascismo e antissemitismo que pairavam sobre ele.
                        As críticas anteriores à demolição passaram a outras tantas, referentes à sua preservação. Críticas estas que iam desde sua inadaptação ao clima até ao fato de seus ocupantes não terem dado respostas concretas aos anseios da população. Assim, apesar das críticas quanto à demolição do prédio, nada se fez de concreto, até o momento, para resgatá-lo ou mesmo preservar o que dele restou.
                        Aliás, o Palácio Monroe, recentemente reconstruído próximo ao local onde se situava o edifício original, guarda todos os traços externos do antigo, menos na argamassa, que não contém óleo de baleia.
                        Neste contexto, pergunta-se, terá o prédio modernista o mesmo fim do Palácio Monroe, a reconstrução? Ou o esquecimento?

                        Por mais absurda que possa parecer a situação, a demolição realmente aconteceu com o Palácio Monroe. Seria uma ironia do destino, se esse fato se repetisse com o atual Palácio do Congresso Nacional, seguindo o mesmo caminho do Palácio Monroe, sede anterior do Senado, no Rio de Janeiro, demolido 70 anos depois de sua construção.


Saint Louis 1904


 Fig. 2 – Vista aérea da Exposição Universal de Saint Louis, 1904. No canto superior esquerdo, temos o Pavilhão Brasileiro, posteriormente denominado “Palácio Monroe”.

                        Em 1904, a cidade de Saint Louis, nos Estados Unidos, acolheu o evento denominado «Louisiana Purchase Exposition» ou “Exposição Universal de Saint Louis”. A exposição tinha como objetivo comemorar o centenário da compra do território da Louisiana[3] que havia sido adquirido aos franceses em 1803, permitindo aos Estados Unidos dobrar sua superfície.
                        Em 1901, o Governo Brasileiro havia sido convidado para participar do evento pelo presidente americano William Mackinley.
                        A importância da participação do Brasil se traduzia na oportunidade para demonstrar seu potencial e seus produtos para o seu maior consumidor, os Estados Unidos.
                        A exposição foi inaugurada em 30 de abril de 1904 e encerrada em 1° de dezembro daquele mesmo ano com o registro de cerca de 20 milhões de visitantes.
                        Para representar o Brasil no evento, que contou com a presença de 63 países, o então Presidente da República, Rodrigues Alves, nomeou para presidente da comissão brasileira o engenheiro militar Souza Aguiar[4].
                        Além da presidência da comissão, coube a Souza Aguiar projetar e construir o pavilhão brasileiro em Saint Louis.
                        Lauro Müller que era o Ministro da Indústria, Viação e Obras Públicas da época, requisitou[5] a Souza Aguiar que “na construção do pavilhão se terá em vista aproveitar toda a estrutura, de modo a poder-se reconstruí-lo nesta Capital”.
                        Difícil tarefa, considerando o caráter transitório das obras realizadas para eventos, geralmente com o emprego de madeira e gesso. Nesse sentido, Souza Aguiar explicitou que “não seria de fácil prática”, pois, “não é tão simples como parece, harmonizar o tipo de construção de caráter passageiro, cujo intuito principal é impressionar pelo conjunto, com o de uma obra duradoura, a perdurar longos anos”, mas aceitou o desafio.
                        Assim, Souza Aguiar optou pelo uso de uma estrutura metálica, que foi posteriormente enviada ao Rio de Janeiro para a reconstrução[6] da obra.
                        Vejamos as características do prédio, que era condizente com os demais prédios da exposição, ou seja, em estilo neoclássico ou para outros, eclético: “O pavilhão brasileiro media 41 metros de frente por 31 metros de profundidade e ocupava o centro de 5.500 metros quadrados. A abóboda principal, com um raio de 9 metros, erguia-se cerca de 40 metros acima do nível do solo. Em linhas gerais, o pavilhão lembrava o estilo renascentista, sem uma ornamentação profusa. As colunas exteriores de ordem coríntia destacavam, em seu terço inferior, as armas da República, florões e anéis realçavam a simplicidade dos pedestais. Sobre os frisos de cada coluna foi colocada uma rosácea. Entre as colunas, acompanhando a balaustrada e os remates decorativos dos ângulos salientes, apareciam grandes escudos com os nomes dos estados brasileiros. Sobre as pilastras, ladeando as escadas principais de ambas as fachadas, foram colocados dois leões, simbolizando a força, a solidez e a grandeza da construção. O pavilhão era constituído de dois pavimentos, um mezanino e um porão, tendo custado $150.000,00, compreendendo todas as instalações.” [7]

                        Entre as personalidades que visitaram o pavilhão brasileiro podemos citar Santos Dumont e Theodore Roosevelt.

                        Vejamos alguns comentários da imprensa americana:

O edifício do Brasil que vai ser hoje inaugurado é um dos mais belos da Exposição e também do mundo. Bastaria que as mesmas ideias seguidas no projeto e na construção, quanto à ordem, proporções, harmonia e, sobretudo, apropriações fossem tomadas como norma na vida de qualquer país para desenvolvê-lo, torná-lo grandioso em tudo quanto o espírito de seu povo possa conceber e as mãos humanas executar” (THE POST DISPATCH, 24 de maio de 1904, citado por AGUIAR, 1976: 16).

“A execução representa o que há de mais adiantado na arte de construir e já tem despertado muita atenção, sem dúvida, há de ser um ponto atraente para os visitantes interessados em trabalhos de arquitetura e construção. Quem vem de Skinder Road para Clayton vê surgir diante de si alvo e brilhante edifício, rodeado de graciosas colunas coríntias, encima a gigantesca abóboda. O efeito é de se fazer estacar, arrancando espontânea admiração; suas formas personificam a graça. Parado na estrada, observando, em vão se procura uma simples falha, um ponto onde a vista sinta a aspereza de uma linha, onde uma curva, uma janela, qualquer decoração enfim desagrada: procura-se debalde. Percebe-se a arte em todo ele: na simplicidade de sua grandeza, na simetria das dimensões, nas colunas, nas abóbodas das laterais, no zimbório, 135 pés acima do terreno. Essa construção representa um poema.” (SAINT LOUIS REPUBLIC, 10 abril de 1904, citado por FRIDMAN, 2011: 10).

                        O pavilhão acabou por obter o primeiro prêmio na categoria da arquitetura, ou seja, a medalha do “Grand Prize Louisiana Purchase Exposition”[8].
                        Após o término da exposição, o estande foi desmontado e transportado para o Rio de Janeiro, como previsto. Além de outros objetos, enviou-se ao Brasil a estrutura metálica do pavilhão, tendo-se em vista sua reconstrução.
                        Em agosto de 1905, Souza Aguiar foi encarregado de reconstruir o prédio em local nobre no Rio de Janeiro, qual seja, no final da Avenida Central[9], que ainda nem havia sido inaugurada.
                        A ideia inicial era utilizar o prédio como Centro de Convenções.

Rio de Janeiro 1905 a 1960



Fig. 3 – Palácio Monroe, no Rio de Janeiro. Detalhe do reverso da cédula de 200 Mil-Réis da 16ª Estampa do Tesouro Nacional, que circulou de 1924 a 1955 (R152; P.81).


                        Em 19 de novembro de 1905, com a presença do Presidente da República Rodrigues Alves, foi lançada a pedra fundamental do “Pavilhão de São Luiz” [10], no Rio de Janeiro.
                        A inauguração da obra foi marcada para 23 de julho de 1906, data em que se realizaria a 3ª Conferência Pan-Americana, sediada pelo Brasil.
                        No decorrer da Conferência, propôs o Barão do Rio Branco, acolhendo a solicitação de Joaquim Nabuco[11], que o pavilhão passasse a denominar-se “Palácio Monroe” em homenagem ao Ex-Presidente americano James Monroe[12].
                        O Palácio Monroe, como passara a ser denominado, cumpria as funções para as quais havia sido construído, sendo palco de diversos eventos.
                        Em 1913, passou a abrigar, provisoriamente, a Câmara dos Deputados, eis que o antigo imóvel da Cadeia Velha, que a abrigava desde 1826, encontrava-se em estado precário. A Câmara dos Deputados ali funcionou até 1922.
                        Em 1922, o prédio sediou a Comissão Executiva do Centenário da Independência[13].
                        Em 1923, desviando-se de suas funções originais, o Palácio Monroe foi readaptado para abrigar a sede do Senado Federal, o que veio a ocorrer em 1925. O Senado funcionou no palácio de 1925 até o Estado Novo (1937). Com o fechamento do Senado, passou a abrigar alguns órgãos governamentais (Ministério da Justiça, Departamento de Imprensa e Propaganda e o Departamento de Ordem Política e Social).
                        Em 1945, abrigou a sede do Tribunal Superior Eleitoral. Em 1946, com o retorno do regime democrático, voltou a abrigar o Senado Federal, que ali permaneceu até 1960, quando foi transferido para Brasília.


           


Fig. 4 – Foto da enciclopédia Pays et Nations, da Société Grolier, edição de 1951 (obra publicada em diversas línguas, notadamente em inglês, francês e português). Vejamos a legenda: "Le Palais Monroe est Le Capitole Du Brésil – Le Sénat National du Brésil siège dans le grand édifice blanc que l`on construit comme pavillon du Brésil, pour l’exposition de Saint Louis, em 1904. Après l’exposition, l’on démolit soigneusement ce palais, pour le transporter à Rio et le reédifier là où l’Avenida Rio Branco rencontre l’Avenida Beira Mar, au bord de la baie." Em língua vernácula, temos: O Palácio Monroe é o capitólio do Brasil – O Senado Federal do Brasil tem a sede em um grande edifício branco que foi construído como pavilhão do Brasil para a Exposição de Saint Louis, em 1904. Após a exposição ele foi cuidadosamente desmontado para ser transportado ao Rio e reedificado lá onde a Avenida Rio Branco encontra a Avenida Beira Mar, à beira da baía. (op.cit. p.183)

                        Após aquela data, o Palácio Monroe continuou a abrigar, no térreo, a representação do Senado no Rio de Janeiro, mantido até as vésperas da demolição, em 1975. O restante do palácio foi cedido ao Estado Maior das Forças Armadas (EMFA).
                        No início dos anos 70, por ocasião da construção do Metrô do Rio de Janeiro, foi feito um custoso desvio para evitar prejuízos à estrutura do prédio.


Parte II

A representação do Palácio Monroe nas cédulas, nos selos e nos cartões-postais

                        O Palácio Monroe foi representado no reverso das cédulas de 200 mil-réis da 14ª estampa (1919-1950) e da 16ª (1924-1955), ambas do Tesouro Nacional, que trazem no anverso a efígie do Presidente Prudente de Morais (1894 a 1898).
                        Essas cédulas fazem parte de uma longa série de valores que foram impressos pela American Bank Note Company (ABNCo.), a partir de 1918[14] e que apresentam características semelhantes, quais sejam, estampa em azul sobre fundo policrômico e medalhão central com a efígie do homenageado.




Fig. 5 – Specimen da cédula de 200 mil-réis (R150s; P.79) da 14ª estampa (1919-1950), impressa pela American Bank Note Company de Nova York e emitida pelo Tesouro Nacional. No reverso, o Palácio Monroe no Rio de Janeiro.

                        As características da cédula de 200 mil-réis da 14ª estampa (1919-1950) são as seguintes:

- Órgão emissor: Tesouro Nacional
- Fabricante: American Bank Note Company (ABNCo.)
- Anverso: Efígie de Prudente de Morais (Presidente da República de 1894 a 1898)
- Reverso: Palácio Monroe no Rio de Janeiro. Nesta época, 1919, um palácio de convenções que abrigava, temporariamente, a Câmara dos Deputados, que ali permaneceu até 1922.
- Dimensões: 189 mm X 89 mm
- Cores: Anverso: Estampa em azul sobre fundo policrômico. Reverso: Estampa em laranja.
- Métodos de impressão: Anverso: Calcografia, litografia e tipografia. Reverso: Calcografia.
- Número da estampa, da série e da cédula em cor carmim.
- Assinatura: Simples autografada.
- Quantidade: Foram impressas 15 séries ou 1.500.000 de cédulas.
Observação: A 16ª estampa é semelhante a esta, divergindo basicamente na cor e nas dimensões.

                        Em 1924, por ocasião da realização da 16ª estampa do Tesouro Nacional[15], impressa pela ABNCo., optou-se pela utilização dos mesmos motivos da 14ª estampa. No entanto, foram realizadas algumas modificações, por exemplo, na cor do reverso, que foi impresso em sépia.



Fig. 6 Specimen da cédula de 200 mil-réis (R152b; P.81b) da 16ª estampa (1924-1955), impressa pela American Bank Note Company de Nova York e emitida pelo Tesouro Nacional. No reverso, o Palácio Monroe no Rio de Janeiro.

                        Vejamos as características da 16ª estampa da cédula de 200 mil-réis (1924-1955) do Tesouro Nacional:

- Órgão emissor: Tesouro Nacional
- Fabricante: American Bank Note Company (ABNCo.)
- Anverso: Efígie de Prudente de Morais (Presidente da República de 1894 a 1898)
- Reverso: Palácio Monroe no Rio de Janeiro. Em 1924, o prédio estava sendo readaptado para abrigar o Senado Federal, o que aconteceu em 1925. Aquele órgão permaneceu no prédio até 21 de abril de 1960, quando foi transferido para Brasília.
- Dimensões: 189 mm X 87mm
- Cores: Anverso: Estampa em azul sobre fundo policrômico. Reverso: Estampa em sépia.
- Métodos de impressão: Anverso: Calcografia, litografia e tipografia. Reverso: Calcografia.
- Número da estampa, da série e da cédula em cor carmim.
- Assinatura: Simples autografada.
- Quantidade: Foram impressas 85 séries ou 8.500.000 cédulas. Foram emitidas 7.500.000 cédulas de 200 mil-réis da 16ª estampa pelo Tesouro Nacional. As séries 1ª a 35ª foram emitidas em 1924 e as séries 36ª a 85ª, em 1942. A Caixa de Estabilização emitiu, em 1926, 100.000 cédulas da 10ª série (R182; P.109E) com superimpressão daquele órgão. Estas foram desmonetizadas em 1951. O Tesouro Nacional emitiu as outras 900.000 restantes, em 1942, por ocasião do advento do novo padrão monetário, o cruzeiro, aproveitando as séries 37ª/45ª e 46ª/48ª com a aposição de dupla superimpressão da Casa da Moeda, em forma de rosácea. Estas cédulas foram desmonetizadas juntamente com as demais, em 1955.

Observação: Essa cédula apresenta confetes coloridos incorporados ao papel. Até a 35ª série, a palavra Brasil foi grafada com “z”.

                        Em geral, procura-se uma correspondência entre o anverso e o reverso das cédulas. Nessas, que analisamos, a única correspondência que nos parece plausível entre Prudente de Morais (1841-1902) e o Palácio Monroe (1905-1976) é o fato de pertencerem a um mesmo período, o da Primeira República (1889-1930).
                        O prédio foi representado nas cédulas por suas próprias características arquitetônicas, ou seja, enquanto “centro de convenções”[16] e por sua importância no cenário nacional e internacional, sede de congressos no coração da capital. Em 1924, quando do lançamento da 16ª estampa do Tesouro, mesmo não possuindo informações, acreditamos que o fato do prédio estar sendo readaptado para abrigar o Senado Federal, possa ter influenciado na “reedição” da estampa de 1919 para a nova cédula de 200 mil-réis.
                        Em analisando as cédulas emitidas pelo Tesouro Nacional, desde o Império, podemos constatar a presença de bem poucos prédios individualizados na iconografia numária. Podemos citar: Palácio Imperial de Petrópolis (hoje Museu Imperial), no anverso das cédulas de 1$000 réis da 7ª estampa do Império e da República; o Palácio de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista no Rio de Janeiro, no reverso da cédula de 50$000 réis da 6ª estampa do Império; o prédio da Caixa de Amortização[17], no reverso da cédula de 10$000 réis da 11ª estampa de 1907 e, ainda, o edifício da Ilha Fiscal, no reverso da cédula de 5$000 réis da 13ª estampa de 1908.
                        Todos esses prédios são tombados pelo Patrimônio Histórico Nacional. O Monroe faz exceção...
                        Devemos registrar, ainda, que o Palácio Monroe vinha sendo um dos principais “cartões-postais” do país desde sua inauguração. Em livros, postais, propaganda, enfim, numa série de informativos sobre o Brasil, desde 1905, ou mesmo antes, com o pavilhão de Saint Louis, até os anos 60, o Palácio Monroe figurou, ao lado do Pão de Açúcar, do Teatro Municipal e da Biblioteca Nacional, para ficarmos entre os mais importantes, como cartão de visita da cidade e do país.
                        Em observando os catálogos brasileiros[18] de cédulas, podemos constatar que alguns deles mencionam que as cédulas de 20$000 réis do Banco do Brasil, emitidas em 1923 e 1930, da primeira e segunda estampas (R197; P.116 e R205; P.117) apresentam, no reverso, o “Palácio Monroe no Rio de Janeiro”.
                        Ledo engano, eis que, mesmo que parecido, trata-se do “Palácio da Liberdade” em Belo Horizonte, conforme consta do edital da cédula de 20$000 mil-réis da 2ª estampa (R205;P.117) do Banco do Brasil, de setembro de 1931, vejamos:


“Faço publico que a diretoria do banco aprovou o modelo das notas de papel-moeda do valor de 20$000 e 50$000, da estampa 2ª, fabricadas pela American Bank Note Company. cujos característicos são os seguintes:
Notas de 20$000:

No anverso:
Impressas em papel branco sobre fundo de três cores (verde, rosa e "marrom"), medindo 142 milímetros de comprimento por 73 milímetros de largura, tendo no lado direito uma gravura representando a efígie de Arthur Bernardes e nas partes laterais, em cor preta, uma faixa, tendo nos quatro cantos da cédula, bem como no Centro, gravado o número "20". Em cima traz a designação de "Banco do Brasil" "Na séde do Banco do Brasil se pagará ao portador desta"; no centro, o número "20" e em baixo deste "de acordo com a lei n. 4.635-A, de 8 de janeiro de 1923, a quantia de vinte mil réis".
A numerarão, estampa e série são impressas em tinta azul da Prússia.
No verso:
O verso da nota é impresso em tinta "marrom", tendo, no centro, uma gravura do Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte; dos lados deste e nos quatro cantos o numero "20". Em baixo da gravura, as palavras "Banco do Brasil". (Diário Oficial da União de 28 de setembro de 1931, p. 15336) (grifo nosso).


                        Como vimos, o Palácio Monroe foi representado em duas cédulas do padrão mil-réis, sendo que uma delas foi reaproveitada pela Caixa de Estabilização e, depois, pelo Tesouro Nacional para a emissão das primeiras cédulas do cruzeiro, totalizando quatro emissões distintas. A mais rara delas, considerando o valor de cotação no mercado, é a de 200 cruzeiros, com superimpressão, das séries 46/48, que apresenta a série e os números separados. Aliás, é a de maior cotação entre as cédulas do novo padrão, o Cruzeiro, até as emissões contemporâneas do Real.

                        A imagem do Palácio Monroe foi gravada pelas duas maiores empresas de impressão da época, a American Bank Note Company de Nova York (ABNCo.) e a Waterlow & Sons de Londres. Assinala-se que, boa parte do papel-moeda e dos selos postais circulantes no mundo, naquela época, eram impressos por estas duas companhias.

  


 Fig. 7 – Palácio Monroe, magnificamente representado nos selos brasileiros em setembro de 1937, nos valores de $200 réis (C0119; A143) e 2$000 réis (C0122; A143?). A impressão foi realizada pela Waterlow & Sons de Londres.


Fig. 8 – Cartão-postal do Palácio Monroe no Rio de Janeiro, s/d, cerca 1905-08. Impresso pela Papelaria Zenith, Rua do Ouvidor, 127, Rio de Janeiro.

                        Com já havíamos afirmado, o Palácio Monroe foi representado inúmeras vezes em cartões-postais, desde seu aparecimento até sua demolição, como um dos principais pontos turísticos do Rio de Janeiro.


Parte III

Rio de Janeiro 1976 - A demolição




Um país se faz de homens e livros” na frase de Monteiro Lobato. Em 1964 afastaram-se os homens, esqueceram-se os livros... E demoliram-se os prédios...



                        Até 1972, tudo ia bem com o Palácio Monroe, mesmo que não utilizado como previsto inicialmente, ou seja, como centro de convenções. Nessa época o Clube de Engenharia encaminhou ao DPHAN (hoje IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico Nacional) uma solicitação de tombamento do conjunto arquitetônico remanescente da Avenida Central (hoje Avenida Rio Branco)[19]. Esta solicitação incluía, entre outros, o Palácio Monroe.
                        O arquiteto Lúcio Costa, já aposentado da Divisão de Estudos e Tombamento do órgão, manifestou-se contra a proposta de preservação de diversas obras, entre elas, e com maior ênfase, a do Palácio Monroe.
                        A pergunta que se faz aqui é por que Lucio Costa se manifestou sobre este assunto mesmo estando aposentado e, ainda, o porquê de se “entregar as ovelhas ao lobo”, um modernista em face de prédios neoclássicos. Nesta ótica, se Lúcio Costa ocupasse um cargo similar em Paris, ele simplesmente reduziria a cidade a escombros e restaria apenas “La Défense”[20]. No entanto, devemos considerar o momento dos fatos.
                        O trecho adaptado na primeira parte deste texto é inspirado nas suas alegações, vejamos na integra:


“esse conjunto [a ser tombado], para ter sentido (...) deveria de qualquer forma limitar-se apenas ao trecho inicialmente proposto, isto é, dos clubes à biblioteca, porquanto daí para adiante já não tem qualquer significação, e Pereira Passos com sua desenvoltura demolidora teria sido o primeiro a tirar dali o aviltado Pavilhão Monroe, cuja presença estorvante já não se justifica. O desafogo da área se impõe”. (COSTA, apud PESSÔA, 1998:275) (grifo nosso)


                       A “discussão” chegou à imprensa pelas mãos do jornal “O Globo”, na época, de tendência conservadora. Vejamos a opinião do arquiteto Wladimir Alves de Souza, professor de Arquitetura da Universidade do Brasil, publicada naquele jornal em 4 de julho de 1974:

“... a construção não tem o menor valor arquitetônico é a cópia do pavilhão brasileiro construído em 1904 para a Exposição de Saint Louis, nem representa um marco histórico. Sua arquitetura é eclética, resultado da mistura de diversas tendências, e apresenta estilos grego, renascentista e mesmo da arte moderna. É apenas uma cópia”.


                        Se assim fosse, a opinião serviria como justificativa para a demolição do Coliseu de Roma, que apresenta, em sua fachada, as três ordens da arquitetura clássica: dórica, jônica e coríntia. Poderíamos acrescentar, também, todas as inspirações na arquitetura antiga, mesmo o Plano Piloto, como vimos.
                        O Jornal do Commercio, por sua vez, com coragem, militava a favor do edifício, apesar do regime militar.
                        Foram muitas as manifestações de apoio a sua preservação, uma delas, a do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro que opinou em seu relatório de 14 de agosto de 1974:

"... a Comissão designada pelo Presidente do Instituto Histórico e Geográfico é de parecer, por maioria de votos, que o Palácio Monroe não deve ser demolido e que devem ser envidados esforços para que o edifício seja restaurado de modo a retornar o mais possível a sua forma original; assim procedendo, estaremos preservando um notável valor histórico e arquitetônico brasileiro e estaremos salvaguardando uma obra que há setenta anos projetou, gloriosamente, o nome do Brasil no estrangeiro".


                        Para ficarmos em apenas um exemplo: Em 1975, a Justiça Federal solicitou o uso do edifício, alegando enfrentar problemas de espaço de sua representação no Rio de Janeiro. Nota-se que o Brasil era carente de edifícios públicos e, mesmo assim, intentavam demolir o que já existia.
                        Em 11 de outubro de 1975, o Jornal O Globo comemorou o decreto presidencial que autorizava a demolição, e mencionando que isto seria um "estímulo à remodelação da área".
                        A área foi "remodelada". Colocou-se nela o antigo chafariz da Praça XV e, recentemente, até mesmo a terra foi retirada para a construção de uma garagem subterrânea.
                        A atitude tomada pelo Presidente da República Ernesto Geisel, em 1976, lembra a insensatez de um califa egípcio que intentou demolir a pirâmides de Gizé:


“A pirâmide de Miquerinos (...) na antiguidade, infelizmente, atraiu a atenção do califa Malek al-Azis Othman Ben Youssef que, sem que saibamos por que, decidiu demolir as três pirâmides de Gizé. Adb el-Latif, de Bagdá, nos conta esta historia: Ele foi convencido por alguém de sua corte – de pessoas desprovidas de bom senso e de julgamento – de tentar demolir as pirâmides. Ele enviou então homens comandados por oficiais da corte, com a ordem de destruir a pirâmide vermelha, que é a menor das três. Eles se estabeleceram não muito longe de lá, recrutando a preço de ouro os trabalhadores da região e durante oito meses se consagraram com grande empenho à missão que lhes havia sido confiada, removendo a cada dia, com grande dificuldade, uma ou duas pedras que eles deviam retirar do lugar com alavancas e cunhas e em seguida, descer com cordas. Quando um desses enormes blocos caia, se escutava, de muito longe, um estrondo enorme, e o choque sacudia o solo e fazia tremer a montanha. (Abd el-Latif de Bagdad, mencionado em L. Cottrell, The Mountains of Pharaoh, Londres, 1956, p.73).” (in, Egypt L`Histoire de la Redécouverte d`une Civilisation Disparue. Joyse Tyldesley, Phon, 2006, p.135-136.


                        E prossegue: “Ao menos o Califa teve o bom senso de começar pela pirâmide menor. Depois de oito meses de trabalho duro, pouco progresso se fizera e eles foram forçados a abandonar o projeto, não deixando na alvenaria da pirâmide mais do que marcas superficiais”. (IBID, p.136).
                        No caso do Palácio Monroe, devido à solidez do prédio, foi necessário utilizar, além das picaretas manuais, até britadeiras. Os trabalhadores permaneceram no local durante meses intermináveis.
                        O material da demolição foi vendido a particulares e, em especial, os leões que guarneciam as entradas. Dois deles encontram-se atualmente no Instituto Ricardo Brennand em Recife, onde podem ser vistos.
                        A demolição do prédio representou uma grande perda para a cidade e para o país.


Conclusão

                        Clássica, Neoclássica, Art Nouveau, Eclética, Moderna, Pós-moderna e sem estilo definido, o que nos parece bem lógico é a preservação daquilo que tem um significado histórico relevante, como podemos notar nas explanações de Gilberto Ferrez a cerca do antigo prédio da Casa dos Governadores, depois “Casa dos Contos”, que abrigou a primeira sede do Banco do Brasil, na antiga Rua Direita no Rio[21]. Vejamos:

“É (...) dessa casa que se fala no precioso Diário Anônimo de uma viagem às costas d’África e às Índias Espanholas de 1702-3”.
“A rua mais comercial e a mais frequentada, é aquela onde mora o governador e que chamam a grande rua. É bastante larga, bastante comprida e compreende sozinha mais da metade da cidade.” [...] “No meio desta rua, do lado do mar está a Casa do Governador, que não é grande coisa.
É óbvio que, comparada aos palácios e castelos da França, era pouca coisa. Mas no Brasil colonial, com parcos recursos técnicos e financeiros, essa sóbria residência era um nobre casarão à feição da arquitetura brasileira do século XVII. (...)  infelizmente foi demolida em 1870 para dar lugar, mais tarde – após grande reformas – ao Banco do Brasil”. (in, O Paço da cidade do Rio de Janeiro. Gilberto Ferrez. Rio de Janeiro: Fundação Pró-Memória, 1985, p. 13) (grifo nosso).


                       É notória a insatisfação da população frente à demolição do Palácio Monroe, acreditamos que uma boa solução para a questão seria buscarmos inspiração nos casos da igreja de Dresden (Frauenkirche Dresden) e de outras cidades alemãs, como Potsdam, que reconstruíram diversos prédios destruídos durante a 2ª Guerra Mundial.
                        A reconciliação com o passado se impõe para melhor vivermos o futuro.


Notas:
1. A primeira parte desta matéria, alusiva ao Palácio do Congresso Nacional, mesmo que fictícia, foi baseada em fatos reais. Durante um jogo da Copa do Mundo de Futebol de 1986, no centro da capital paulista, foi demolido um casarão dos anos 30, já com aspectos do modernismo. Além do edifício, havia uma grande área verde, também abatida na mesma oportunidade. Hoje, no local, existe um estacionamento e o remanescente dos muros; uma grande perda para a cidade.
2. Em nenhum momento se pensou em diminuir a importância da arquitetura modernista e nem mesmo supervalorizar o neoclássico. São dois estilos diferentes, de épocas diferentes e acreditamos que não contraditórios.
3. O conteúdo da primeira parte desta matéria é fictício não tendo a pretensão de prejudicar a imagem dos arquitetos mencionados, todos de grande importância no mundo da arquitetura.
4. Esta matéria não é exaustiva no que concerne aos acontecimentos que conduziram à demolição do Palácio Monroe e nem mesmo cita cada um dos envolvidos.
5. Procuramos demonstrar aspectos menos conhecidos do prédio, como sua presença nas cédulas, nos selos e cartões-postais, no material publicitário e, ainda, nos livros. Evitamos discorrer sobre os pormenores da demolição e da política da época, eis que o material é abundante em teses universitárias, livros, etc.
6. O Palácio Monroe foi “recriado” na minissérie Mad Maria da Rede Globo em 2005 pela equipe de cenografia e computação gráfica que realizou o trabalho a partir de fotos da época. Os acontecimentos na minissérie se passam em 1910...


Bibliografia:

AGUIAR, Louis de Souza. Palácio Monroe: da glória ao opróbrio. Rio de Janeiro: edição do autor, 1976.
AMATO, Claudio Patrick. DAS NEVES, Irlei Soares. SCHÜTZ, Julio Ernesto. Cédulas do Brasil, 1833 a 2011. 5ª edição, 2011
ATIQUE, Fernando. O Patrimônio (Oficialmente) Rejeitado: A destruição do Palácio Monroe e suas repercussões no ambiente preservacionista carioca. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH- São Paulo, julho 2011.
Cédulas Brasileiras da República, emissões do Tesouro Nacional. Banco do Brasil S.A. Museu e Arquivo Histórico, Rio de Janeiro, 1965.
FERREZ, Gilberto. O Paço da cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Fundação Pró-Memória, 1985.
LISSA, Violo Ídolo. Catálogo do Papel Moeda do Brasil – 1771-1986, emissões oficiais bancárias e regionais. Brasília: Editora Gráfica Brasiliense, 3ª edição, 1987.
FRIDMAN, Sérgio A. Palácio Monroe: da construção à demolição. Rio de Janeiro: edição do autor, 2011.
Pays et Nations. Amérique Latine. Tomo VII. Montréal : La Société Grolier Quebeb limitée (The Glolier Society Inc. USA), 1951.
TYLDESLEY, Joyse. Egypt – L`Histoire de la Redécouverte d`une Civilisation Disparue. Paris : Phon, 2006.


Anexo



Publicidade do Café Brasileiro no jornal francês L`Illustration de 25 de agosto de 1934, página dos anúncios n° 5. Na legenda temos: « Le plus beau pays du monde produit aussi le meilleur café (...) Café du Brésil ».
Em língua vernácula temos : O mais belo país do mundo produz também o melhor café (...) Café do Brasil.
No centro, temos uma belíssima imagem do Palácio Monroe.



Foto da enciclopédia Pays et Nations da Société Grolier edição de 1954. Vejamos a legenda: "Voici L`Avenida Rio Branco, qui remonte vers Le palais Monroe, à Rio de Janeiro. Chaque rue est pavée de tuiles noirs et blanches d`un dessin différent. On entretient ces rues avec le plus grand soin. En dehors Du palais Monroe, d`autres édifices, tels  que la Bibliothèque Nationale et le Musée National des Beaux Arts, s`elevènt sur cette magnifique avenue." Em língua vernácula temos: “Aqui está a Avenida Rio Branco, que remonta ao Palácio Monroe, no Rio de Janeiro. Cada calçada é pavimentada com pedras pretas e brancas de um desenho diferente. As ruas são limpas com o máximo de zelo.  Além do Palácio Monroe, outros edifícios, como a Biblioteca Nacional e o Museu Nacional de Belas Artes, estão nesta magnífica avenida". (op.cit. p.183)


Autor: Marcio R. Sandoval
E-mail: sterlingnumismatic@hotmail.com
Blog: http://sterlingnumismatic.blogspot.ca

Publicado originalmente no Boletim da AFSC (Associação Filatélica e Numismática de Santa Catarina) n°68 de agosto de 2014, p.4-19.

© 2014 Marcio R. Sandoval 






[1] O nome oficial é Palácio Nereu Ramos.
[2] Atual Tell El-Amarna ou apenas El-Amarna.
[3] Nome dado em homenagem a Luiz XIV. Não confundir com o Estado da Louisiana que foi criado posteriormente.
[4] Francisco Marcellino de Souza Aguiar.
[5] Aviso n° 148, de 31 de julho de 1903 (Art. 13, inciso 8).
[6] Ao que tudo indica, apenas a estrutura metálica do pavilhão brasileiro de Saint Louis foi empregada na obra realizada no Rio de Janeiro.
[7] in, Palácio Monroe: da construção à demolição. Sérgio A. Fridman. 1ª ed. Rio de Janeiro: S.A. Fridman, 2011, p. 8-9.
[8] Medalha de Grande Prêmio da Exposição da Compra da Louisiana.
[9]A Avenida Central foi inaugurada em 15 de novembro de 1905. Em 12 de fevereiro de 1912, passou a chamar-se Avenida Rio Branco, em homenagem ao chanceler (Ministro das Relações Exteriores), falecido dias antes, o Barão do Rio Branco.
[10] Nome pelo qual ainda era denominado; deve-se observar que, naquela época, os nomes próprios eram igualmente traduzidos.
[11] Na época embaixador brasileiro nos Estados Unidos (1905-1910).
[12] James Monroe (1758-1831) foi o quinto presidente dos Estados Unidos. Em 1823, enunciou a política contra o colonialismo europeu no continente americano, conhecida como Doutrina Monroe.
[13]  Exposição Internacional Comemorativa ao Primeiro Centenário da Independência do Brasil.
[14] Em 1918, foram impressas pela ABNCo., para o Tesouro Nacional, os valores de 10, 100 e 500 mil-réis.
[15] A 15ª estampa do Tesouro Nacional foi impressa pela Casa da Moeda do Brasil pelo método xilográfico, ou seja, gravura em relevo sobre madeira. Foram produzidas, por esse método, 12 séries ou 1.200.000 cédulas.
[16] Quando da emissão da cédula de 200 mil-réis da 14ª estampa, em 1919.
[17] O prédio da Caixa de Amortização foi representado em diversas outras cédulas do Tesouro e da Caixa de Conversão e Estabilização; foi ainda representado no reverso das cédulas de 1 cruzeiro de 1970, impressas pela Casa da Moeda do Brasil.
[18] No caso, o catálogo de Cédulas do Brasil 1833 a 2011 de Claudio Amato e o de Violo Idolo Lissa, Catálogo do Papel Moeda do Brasil.
[19] Parecer-parte do Processo 860-T-72.
[20] “A Defesa”, maior centro financeiro de Paris, construída a partir de 1958, em estilo modernista.
[21] O atual prédio pertence ao Banco do Brasil desde 1905 e abriga, hoje, o Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) no Rio de Janeiro.