Memórias do Senado
© 2014 Marcio Rovere Sandoval
Fig.1 – Em primeiro plano, o
Palácio do Congresso Nacional, em Brasília, detalhe do reverso da cédula de
100.000 cruzeiros de 1985 (C176; P.205).
Parte
I
Brasília
2030
Brasília, 13 de junho de 2030, dia de estreia
do Brasil na Copa do Mundo, o país inteiro está centrado no acontecimento. O
jogo tem início às 14 horas; nesse mesmo instante começa o trabalho de
demolição, dito posteriormente “desmonte”, do antigo Palácio do Congresso
Nacional[1].
O prédio havia sido edificado em 1960, obra do arquiteto modernista Oscar
Niemeyer. Situava-se no Plano Piloto, projetado por Lúcio Costa. O palácio foi
desocupado pelo Congresso Nacional há alguns anos, por ter se tornado obsoleto
frente às novas tecnologias. Mesmo quando ocupado, necessitava de reformas
urgentes que eram sempre procrastinadas.
Apesar de ser tombado pelo patrimônio
histórico, cogitava-se, nas esferas governamentais, demoli-lo, diante da falta
de segurança e, segundo argumentações, “impunha-se
a demolição do aviltado palácio e do Plano Piloto, diante de sua presença
estorvante, permitindo o desafogo da área central da capital”.
Discussões intermináveis durante anos não
conseguiram dar um encaminhamento à questão. Como já havia acontecido em casos
semelhantes, o prédio, após a saída das Casas Legislativas, restou subutilizado
por diversos órgãos do Governo e, depois, finalmente caiu em desuso. Na ausência de
consenso sobre o destino do prédio, o Governo viu por bem agir, demolindo-o,
para, segundo declaração, reedificá-lo posteriormente em local mais “adequado”.
Vinham sendo feitas, na imprensa, críticas
mordazes em relação ao prédio e ao Plano Piloto. Segundo as declarações, o
Palácio do Congresso Nacional, além de obsoleto, seria nada mais que uma cópia
do templo egípcio de Hatchepsut (1470 a .C) e o Plano Piloto, nada
mais do que um projeto inspirado na cidade egípcia de Aquetaton[2]
(cerca de 1360 a .C),
que tem os planos no formato de asas de pássaro.
Outra especulação foi feita em relação ao
arquiteto Le Corbusier, que teria
colaborado nos planos de construção, mesmo diante das suspeitas de fascismo e
antissemitismo que pairavam sobre ele.
As críticas anteriores à demolição passaram a
outras tantas, referentes à sua preservação. Críticas estas que iam desde sua inadaptação
ao clima até ao fato de seus ocupantes não terem dado respostas concretas aos
anseios da população. Assim, apesar das críticas quanto à demolição do prédio,
nada se fez de concreto, até o momento, para resgatá-lo ou mesmo preservar o
que dele restou.
Aliás, o Palácio Monroe, recentemente
reconstruído próximo ao local onde se situava o edifício original, guarda todos
os traços externos do antigo, menos na argamassa, que não contém óleo de baleia.
Neste contexto, pergunta-se, terá o prédio
modernista o mesmo fim do Palácio Monroe, a reconstrução? Ou o esquecimento?
Por mais absurda que possa parecer a situação,
a demolição realmente aconteceu com o Palácio
Monroe. Seria uma ironia do destino, se esse fato se repetisse com o atual
Palácio do Congresso Nacional, seguindo o mesmo caminho do Palácio Monroe, sede
anterior do Senado, no Rio de Janeiro, demolido 70 anos depois de sua
construção.
Saint
Louis 1904
Fig. 2 – Vista aérea da Exposição Universal de
Saint Louis, 1904. No canto superior esquerdo, temos o Pavilhão Brasileiro,
posteriormente denominado “Palácio Monroe”.
Em 1904, a cidade de Saint Louis, nos Estados Unidos, acolheu o evento denominado «Louisiana Purchase Exposition» ou “Exposição
Universal de Saint Louis”. A exposição tinha como objetivo comemorar o
centenário da compra do território da Louisiana[3]
que havia sido adquirido aos franceses em 1803, permitindo aos Estados Unidos
dobrar sua superfície.
Em 1901, o Governo Brasileiro havia sido
convidado para participar do evento pelo presidente americano William Mackinley.
A importância da participação do Brasil se
traduzia na oportunidade para demonstrar seu potencial e seus produtos para o
seu maior consumidor, os Estados Unidos.
A exposição foi inaugurada em 30 de abril de
1904 e encerrada em 1° de dezembro daquele mesmo ano com o registro de cerca de
20 milhões de visitantes.
Para representar o Brasil no evento, que
contou com a presença de 63 países, o então Presidente da República, Rodrigues
Alves, nomeou para presidente da comissão brasileira o engenheiro militar Souza
Aguiar[4].
Além da presidência da comissão, coube a
Souza Aguiar projetar e construir o pavilhão brasileiro em Saint
Louis.
Lauro Müller que era o Ministro da Indústria,
Viação e Obras Públicas da época, requisitou[5]
a Souza Aguiar que “na construção do
pavilhão se terá em vista aproveitar toda a estrutura, de modo a poder-se
reconstruí-lo nesta Capital”.
Difícil tarefa, considerando o caráter
transitório das obras realizadas para eventos, geralmente com o emprego de
madeira e gesso. Nesse sentido, Souza Aguiar explicitou que “não seria de fácil prática”, pois, “não é tão simples como parece, harmonizar o
tipo de construção de caráter passageiro, cujo intuito principal é impressionar
pelo conjunto, com o de uma obra duradoura, a perdurar longos anos”, mas
aceitou o desafio.
Assim, Souza Aguiar optou pelo uso de uma
estrutura metálica, que foi posteriormente enviada ao Rio de Janeiro para a
reconstrução[6] da obra.
Vejamos as características do prédio, que era
condizente com os demais prédios da exposição, ou seja, em estilo neoclássico
ou para outros, eclético: “O pavilhão
brasileiro media 41 metros de frente por 31 metros de profundidade e ocupava o
centro de 5.500 metros quadrados. A abóboda principal, com um raio de 9 metros,
erguia-se cerca de 40 metros acima do nível do solo. Em linhas gerais, o
pavilhão lembrava o estilo renascentista, sem uma ornamentação profusa. As
colunas exteriores de ordem coríntia destacavam, em seu terço inferior, as
armas da República, florões e anéis realçavam a simplicidade dos pedestais.
Sobre os frisos de cada coluna foi colocada uma rosácea. Entre as colunas,
acompanhando a balaustrada e os remates decorativos dos ângulos salientes,
apareciam grandes escudos com os nomes dos estados brasileiros. Sobre as
pilastras, ladeando as escadas principais de ambas as fachadas, foram colocados
dois leões, simbolizando a força, a solidez e a grandeza da construção. O
pavilhão era constituído de dois pavimentos, um mezanino e um porão, tendo
custado $150.000,00, compreendendo todas as instalações.” [7]
Entre as personalidades que visitaram o
pavilhão brasileiro podemos citar Santos Dumont e Theodore Roosevelt.
Vejamos alguns comentários da imprensa
americana:
“O edifício do
Brasil que vai ser hoje inaugurado é um dos mais belos da Exposição e também do
mundo. Bastaria que as mesmas ideias seguidas no projeto e na construção,
quanto à ordem, proporções, harmonia e, sobretudo, apropriações fossem tomadas
como norma na vida de qualquer país para desenvolvê-lo, torná-lo grandioso em
tudo quanto o espírito de seu povo possa conceber e as mãos humanas executar” (THE
POST DISPATCH, 24 de maio de 1904, citado por AGUIAR, 1976: 16).
“A execução representa o que há de mais adiantado na
arte de construir e já tem despertado muita atenção, sem dúvida, há de ser um
ponto atraente para os visitantes interessados em trabalhos de arquitetura e
construção. Quem vem de Skinder Road para Clayton vê surgir diante de si alvo e
brilhante edifício, rodeado de graciosas colunas coríntias, encima a gigantesca
abóboda. O efeito é de se fazer estacar, arrancando espontânea admiração; suas
formas personificam a graça. Parado na estrada, observando, em vão se procura
uma simples falha, um ponto onde a vista sinta a aspereza de uma linha, onde
uma curva, uma janela, qualquer decoração enfim desagrada: procura-se debalde.
Percebe-se a arte em todo ele: na simplicidade de sua grandeza, na simetria das
dimensões, nas colunas, nas abóbodas das laterais, no zimbório, 135 pés acima
do terreno. Essa construção representa um poema.” (SAINT LOUIS REPUBLIC, 10
abril de 1904, citado por FRIDMAN, 2011: 10).
O pavilhão acabou por obter o primeiro prêmio
na categoria da arquitetura, ou seja, a medalha do “Grand Prize Louisiana Purchase Exposition”[8].
Após o término da exposição, o estande foi
desmontado e transportado para o Rio de Janeiro, como previsto. Além de outros
objetos, enviou-se ao Brasil a estrutura metálica do pavilhão, tendo-se em
vista sua reconstrução.
Em agosto de 1905, Souza Aguiar foi
encarregado de reconstruir o prédio em local nobre no Rio de Janeiro, qual
seja, no final da Avenida Central[9],
que ainda nem havia sido inaugurada.
A ideia inicial era utilizar o prédio como
Centro de Convenções.
Rio de Janeiro 1905 a 1960
Fig. 3 – Palácio Monroe, no
Rio de Janeiro. Detalhe do reverso da cédula de 200 Mil-Réis da 16ª Estampa do
Tesouro Nacional, que circulou de 1924 a 1955 (R152; P.81).
Em 19 de novembro de 1905, com a presença do
Presidente da República Rodrigues Alves, foi lançada a pedra fundamental do “Pavilhão de São Luiz” [10],
no Rio de Janeiro.
A inauguração da obra foi marcada para 23 de
julho de 1906, data em que se realizaria a 3ª Conferência Pan-Americana,
sediada pelo Brasil.
No decorrer da Conferência, propôs o Barão do
Rio Branco, acolhendo a solicitação de Joaquim Nabuco[11],
que o pavilhão passasse a denominar-se “Palácio
Monroe” em homenagem ao Ex-Presidente americano James Monroe[12].
O Palácio Monroe, como passara a ser
denominado, cumpria as funções para as quais havia sido construído, sendo palco
de diversos eventos.
Em 1913, passou a abrigar, provisoriamente, a
Câmara dos Deputados, eis que o antigo imóvel da Cadeia Velha, que a abrigava
desde 1826, encontrava-se em estado precário. A Câmara dos Deputados ali
funcionou até 1922.
Em 1922, o prédio sediou a Comissão Executiva
do Centenário da Independência[13].
Em 1923, desviando-se de suas funções originais,
o Palácio Monroe foi readaptado para abrigar a sede do Senado Federal, o que veio
a ocorrer em 1925. O Senado funcionou no palácio de 1925 até o Estado Novo
(1937). Com o fechamento do Senado, passou a abrigar alguns órgãos
governamentais (Ministério da Justiça, Departamento de Imprensa e Propaganda e
o Departamento de Ordem Política e Social).
Em 1945, abrigou a sede do Tribunal Superior
Eleitoral. Em 1946, com o retorno do regime democrático, voltou a abrigar o
Senado Federal, que ali permaneceu até 1960, quando foi transferido para
Brasília.
Fig. 4 – Foto da enciclopédia Pays et Nations, da Société Grolier, edição de 1951 (obra publicada em diversas
línguas, notadamente em inglês, francês e português). Vejamos a legenda: "Le
Palais Monroe est Le Capitole Du Brésil – Le Sénat National du Brésil siège
dans le grand édifice blanc que l`on construit comme pavillon du Brésil, pour l’exposition
de Saint Louis, em 1904. Après l’exposition, l’on démolit soigneusement ce
palais, pour le transporter à Rio et le reédifier là où l’Avenida Rio Branco
rencontre l’Avenida Beira Mar, au bord de la baie." Em língua
vernácula, temos: O Palácio Monroe é o capitólio do Brasil – O Senado Federal
do Brasil tem a sede em um grande edifício branco que foi construído como
pavilhão do Brasil para a Exposição de Saint Louis, em 1904. Após a exposição
ele foi cuidadosamente desmontado para ser transportado ao Rio e reedificado lá
onde a Avenida Rio Branco encontra a Avenida Beira Mar, à beira da baía. (op.cit. p.183)
Após aquela
data, o Palácio Monroe continuou a abrigar, no térreo, a representação do
Senado no Rio de Janeiro, mantido até as vésperas da demolição, em 1975. O
restante do palácio foi cedido ao Estado Maior das Forças Armadas (EMFA).
No início dos anos 70, por ocasião da
construção do Metrô do Rio de Janeiro, foi feito um custoso desvio para evitar
prejuízos à estrutura do prédio.
Parte II
A representação do Palácio Monroe nas cédulas, nos
selos e nos cartões-postais
O Palácio Monroe foi representado no reverso
das cédulas de 200 mil-réis da 14ª estampa (1919-1950) e da 16ª (1924-1955),
ambas do Tesouro Nacional, que trazem no anverso a efígie do Presidente
Prudente de Morais (1894 a
1898).
Essas cédulas fazem parte de uma longa série
de valores que foram impressos pela American
Bank Note Company (ABNCo.), a partir de 1918[14]
e que apresentam características semelhantes, quais sejam, estampa em azul
sobre fundo policrômico e medalhão central com a efígie do homenageado.
Fig. 5 – Specimen da cédula de 200 mil-réis (R150s; P.79) da 14ª estampa
(1919-1950), impressa pela American Bank
Note Company de Nova York e emitida pelo Tesouro Nacional. No reverso, o Palácio Monroe no Rio de Janeiro.
As características da cédula de 200 mil-réis
da 14ª estampa (1919-1950) são as seguintes:
- Órgão emissor: Tesouro
Nacional
- Fabricante: American Bank Note Company (ABNCo.)
- Anverso: Efígie de Prudente
de Morais (Presidente da República de 1894 a 1898)
- Reverso: Palácio Monroe no
Rio de Janeiro. Nesta época, 1919, um palácio de convenções que abrigava,
temporariamente, a Câmara dos Deputados, que ali permaneceu até 1922.
- Dimensões: 189 mm X 89 mm
- Cores: Anverso: Estampa em
azul sobre fundo policrômico. Reverso: Estampa em laranja.
- Métodos de impressão:
Anverso: Calcografia, litografia e tipografia. Reverso: Calcografia.
- Número da estampa, da série e da cédula em cor carmim.
- Assinatura: Simples autografada.
- Quantidade: Foram impressas 15 séries ou 1.500.000 de cédulas.
Observação: A 16ª estampa é semelhante a esta, divergindo basicamente na
cor e nas dimensões.
Em 1924, por ocasião da realização da 16ª
estampa do Tesouro Nacional[15],
impressa pela ABNCo., optou-se pela utilização dos mesmos motivos da 14ª estampa.
No entanto, foram realizadas algumas modificações, por exemplo, na cor do
reverso, que foi impresso em sépia.
Fig. 6 – Specimen da cédula de 200 mil-réis (R152b; P.81b) da 16ª estampa
(1924-1955), impressa pela American Bank
Note Company de Nova York e emitida pelo Tesouro Nacional. No reverso, o Palácio Monroe no Rio de Janeiro.
Vejamos as características da 16ª estampa da
cédula de 200 mil-réis (1924-1955) do Tesouro Nacional:
- Órgão emissor: Tesouro
Nacional
- Fabricante: American Bank Note Company (ABNCo.)
- Anverso: Efígie de Prudente
de Morais (Presidente da República de 1894 a 1898)
- Reverso: Palácio Monroe no
Rio de Janeiro. Em 1924, o prédio estava sendo readaptado para abrigar o Senado
Federal, o que aconteceu em 1925. Aquele órgão permaneceu no prédio até 21 de
abril de 1960, quando foi transferido para Brasília.
- Dimensões: 189 mm X 87mm
- Cores: Anverso: Estampa em
azul sobre fundo policrômico. Reverso: Estampa em sépia.
- Métodos de impressão:
Anverso: Calcografia, litografia e tipografia. Reverso: Calcografia.
- Número da estampa, da série e da cédula em cor carmim.
- Assinatura: Simples autografada.
- Quantidade: Foram impressas
85 séries ou 8.500.000 cédulas. Foram emitidas 7.500.000 cédulas de 200
mil-réis da 16ª estampa pelo Tesouro Nacional. As séries 1ª a 35ª foram
emitidas em 1924 e as séries 36ª a 85ª, em 1942. A Caixa de Estabilização
emitiu, em 1926, 100.000 cédulas da 10ª série (R182; P.109E) com superimpressão
daquele órgão. Estas foram desmonetizadas em 1951. O Tesouro Nacional emitiu as
outras 900.000 restantes, em 1942, por ocasião do advento do novo padrão
monetário, o cruzeiro, aproveitando as séries 37ª/45ª e 46ª/48ª com a aposição
de dupla superimpressão da Casa da Moeda, em forma de rosácea. Estas cédulas
foram desmonetizadas juntamente com as demais, em 1955.
Observação: Essa cédula
apresenta confetes coloridos incorporados ao papel. Até a 35ª série, a palavra
Brasil foi grafada com “z”.
Em geral, procura-se uma correspondência
entre o anverso e o reverso das cédulas. Nessas, que analisamos, a única
correspondência que nos parece plausível entre Prudente de Morais (1841-1902) e
o Palácio Monroe (1905-1976) é o fato de pertencerem a um mesmo período, o da
Primeira República (1889-1930).
O prédio foi representado nas cédulas por
suas próprias características arquitetônicas, ou seja, enquanto “centro de
convenções”[16] e por
sua importância no cenário nacional e internacional, sede de congressos no
coração da capital. Em 1924, quando do lançamento da 16ª estampa do Tesouro,
mesmo não possuindo informações, acreditamos que o fato do prédio estar sendo
readaptado para abrigar o Senado Federal, possa ter influenciado na “reedição”
da estampa de 1919 para a nova cédula de 200 mil-réis.
Em analisando as cédulas emitidas pelo
Tesouro Nacional, desde o Império, podemos constatar a presença de bem poucos
prédios individualizados na iconografia numária. Podemos citar: Palácio
Imperial de Petrópolis (hoje Museu Imperial), no anverso das cédulas de 1$000
réis da 7ª estampa do Império e da República; o
Palácio de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista no Rio de Janeiro, no reverso
da cédula de 50$000 réis da 6ª estampa do Império;
o prédio da Caixa de Amortização[17],
no reverso da cédula de 10$000 réis da 11ª estampa de 1907 e, ainda, o edifício
da Ilha Fiscal, no reverso da cédula de 5$000 réis da 13ª estampa de 1908.
Todos esses prédios são tombados pelo Patrimônio
Histórico Nacional. O Monroe faz exceção...
Devemos registrar, ainda, que o Palácio
Monroe vinha sendo um dos principais “cartões-postais” do país desde sua
inauguração. Em livros, postais, propaganda, enfim, numa série de informativos
sobre o Brasil, desde 1905, ou mesmo antes, com o pavilhão de Saint Louis, até os anos 60, o Palácio
Monroe figurou, ao lado do Pão de Açúcar, do
Teatro Municipal e da Biblioteca Nacional, para ficarmos entre os mais
importantes, como cartão de visita da cidade e do país.
Em observando os catálogos brasileiros[18]
de cédulas, podemos constatar que alguns deles mencionam que as cédulas de
20$000 réis do Banco do Brasil, emitidas em 1923 e 1930, da primeira e segunda
estampas (R197; P.116 e R205; P.117) apresentam,
no reverso, o “Palácio Monroe no Rio de Janeiro”.
Ledo engano, eis que, mesmo que parecido,
trata-se do “Palácio da Liberdade” em Belo Horizonte ,
conforme consta do edital da cédula de 20$000 mil-réis da 2ª estampa (R205;P.117) do Banco do Brasil, de setembro de 1931, vejamos:
“Faço publico que a
diretoria do banco aprovou o modelo das notas de papel-moeda do valor de 20$000 e 50$000, da estampa 2ª,
fabricadas pela American Bank Note Company. cujos característicos são os
seguintes:
Notas de 20$000:
No anverso:
Impressas em papel branco sobre fundo de três cores (verde, rosa e
"marrom"), medindo 142 milímetros de comprimento por 73 milímetros de
largura, tendo no lado direito uma gravura representando a efígie de Arthur Bernardes e nas partes laterais,
em cor preta, uma faixa, tendo nos quatro cantos da cédula, bem como no Centro,
gravado o número "20". Em cima traz a designação de "Banco do
Brasil" "Na séde do Banco do Brasil se pagará ao portador
desta"; no centro, o número "20" e em baixo deste "de
acordo com a lei n. 4.635-A, de 8 de janeiro de 1923, a quantia de vinte
mil réis".
A numerarão, estampa e série são impressas em tinta azul da Prússia.
No verso:
O verso da nota é impresso em tinta "marrom", tendo, no centro,
uma gravura do Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte ;
dos lados deste e nos quatro cantos o numero "20". Em baixo da
gravura, as palavras "Banco do Brasil". (Diário Oficial da União de
28 de setembro de 1931, p. 15336) (grifo nosso).
Como vimos, o Palácio Monroe foi representado
em duas cédulas do padrão mil-réis, sendo que uma delas foi reaproveitada pela
Caixa de Estabilização e, depois, pelo Tesouro Nacional para a emissão das
primeiras cédulas do cruzeiro, totalizando quatro emissões distintas. A mais
rara delas, considerando o valor de cotação no mercado, é a de 200 cruzeiros,
com superimpressão, das séries 46/48, que apresenta a série e os números
separados. Aliás, é a de maior cotação entre as
cédulas do novo padrão, o Cruzeiro, até as emissões contemporâneas do Real.
A imagem do Palácio Monroe foi gravada pelas
duas maiores empresas de impressão da época, a American Bank Note Company de Nova York (ABNCo.) e a Waterlow & Sons de Londres.
Assinala-se que, boa parte do papel-moeda e dos selos postais circulantes no
mundo, naquela época, eram impressos por estas duas companhias.
Fig. 7 – Palácio Monroe,
magnificamente representado nos selos brasileiros em setembro de 1937, nos
valores de $200 réis (C0119; A143) e 2$000 réis (C0122; A143?). A impressão foi
realizada pela Waterlow & Sons de
Londres.
Fig. 8 – Cartão-postal do Palácio Monroe no Rio de Janeiro, s/d, cerca
1905-08. Impresso pela Papelaria Zenith, Rua do Ouvidor, 127, Rio de Janeiro.
Com já havíamos afirmado, o Palácio Monroe foi representado
inúmeras vezes em cartões-postais, desde seu aparecimento até sua demolição,
como um dos principais pontos turísticos do Rio de Janeiro.
Parte III
Rio
de Janeiro 1976 - A demolição
“Um país se faz
de homens e livros” na frase de Monteiro Lobato. Em 1964 afastaram-se os
homens, esqueceram-se os livros... E demoliram-se os prédios...
Até 1972, tudo ia bem com o Palácio Monroe,
mesmo que não utilizado como previsto inicialmente, ou seja, como centro de
convenções. Nessa época o Clube de Engenharia encaminhou ao DPHAN (hoje IPHAN –
Instituto do Patrimônio Histórico Nacional) uma solicitação de tombamento do
conjunto arquitetônico remanescente da Avenida Central (hoje Avenida Rio
Branco)[19].
Esta solicitação incluía, entre outros, o
Palácio Monroe.
O arquiteto Lúcio Costa, já aposentado da
Divisão de Estudos e Tombamento do órgão, manifestou-se
contra a proposta de preservação de diversas
obras, entre elas, e com maior ênfase, a do Palácio Monroe.
A pergunta que se faz aqui é por que Lucio
Costa se manifestou sobre este assunto mesmo estando aposentado e, ainda, o
porquê de se “entregar as ovelhas ao lobo”, um
modernista em face de prédios neoclássicos. Nesta ótica, se Lúcio Costa ocupasse um cargo similar em Paris, ele
simplesmente reduziria a cidade a escombros e restaria apenas “La Défense”[20].
No entanto, devemos considerar o momento dos fatos.
O trecho adaptado na primeira parte deste
texto é inspirado nas suas alegações, vejamos na integra:
“esse conjunto [a ser tombado], para ter sentido (...)
deveria de qualquer forma limitar-se apenas ao trecho inicialmente proposto,
isto é, dos clubes à biblioteca, porquanto daí para adiante já não tem qualquer
significação, e Pereira Passos com sua desenvoltura demolidora teria sido o
primeiro a tirar dali o aviltado
Pavilhão Monroe, cuja presença estorvante já não se justifica. O desafogo da
área se impõe”. (COSTA, apud PESSÔA, 1998:275) (grifo nosso)
A “discussão” chegou à imprensa pelas mãos do jornal “O Globo”, na época, de tendência conservadora. Vejamos a opinião do arquiteto Wladimir Alves de Souza,
“... a construção
não tem o menor valor arquitetônico é a cópia do pavilhão brasileiro construído
em 1904 para a Exposição de Saint Louis, nem representa um marco histórico. Sua
arquitetura é eclética, resultado da mistura de diversas tendências, e
apresenta estilos grego, renascentista e mesmo da arte moderna. É apenas uma
cópia”.
Se assim fosse, a opinião serviria como
justificativa para a demolição do Coliseu de Roma, que apresenta, em sua
fachada, as três ordens da arquitetura clássica: dórica, jônica e coríntia.
Poderíamos acrescentar, também, todas as inspirações na arquitetura antiga,
mesmo o Plano Piloto, como vimos.
O Jornal
do Commercio, por sua vez, com coragem, militava a favor do edifício,
apesar do regime militar.
Foram muitas as manifestações de apoio a sua
preservação, uma delas, a do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro que
opinou em seu relatório de 14 de agosto de 1974:
"... a
Comissão designada pelo Presidente do Instituto Histórico e Geográfico é de
parecer, por maioria de votos, que o Palácio Monroe não deve ser demolido e que
devem ser envidados esforços para que o edifício seja restaurado de modo a
retornar o mais possível a sua forma original; assim procedendo, estaremos
preservando um notável valor histórico e arquitetônico brasileiro e estaremos
salvaguardando uma obra que há setenta anos projetou, gloriosamente, o nome do
Brasil no estrangeiro".
Para ficarmos em apenas um exemplo: Em 1975, a Justiça Federal solicitou o uso do edifício, alegando
enfrentar problemas de espaço de sua representação no Rio de Janeiro. Nota-se
que o Brasil era carente de edifícios públicos e, mesmo assim, intentavam
demolir o que já existia.
Em 11 de outubro de 1975, o Jornal O Globo
comemorou o decreto presidencial que autorizava
a demolição, e mencionando que isto
seria um "estímulo à remodelação da área".
A área foi "remodelada". Colocou-se
nela o antigo chafariz da Praça XV e, recentemente, até
mesmo a terra foi retirada para a construção de uma garagem subterrânea.
A atitude tomada pelo Presidente da República
Ernesto Geisel, em 1976, lembra a insensatez de um califa egípcio que intentou
demolir a pirâmides de Gizé:
“A pirâmide de Miquerinos (...) na antiguidade,
infelizmente, atraiu a atenção do califa Malek
al-Azis Othman Ben Youssef que, sem que saibamos por que, decidiu demolir
as três pirâmides de Gizé. Adb el-Latif,
de Bagdá, nos conta esta historia: Ele
foi convencido por alguém de sua corte – de pessoas desprovidas de bom senso e
de julgamento – de tentar demolir as pirâmides. Ele enviou então homens
comandados por oficiais da corte, com a ordem de destruir a pirâmide vermelha,
que é a menor das três. Eles se estabeleceram não muito longe de lá, recrutando
a preço de ouro os trabalhadores da região e durante oito meses se consagraram
com grande empenho à missão que lhes havia sido confiada, removendo a cada dia,
com grande dificuldade, uma ou duas pedras que eles deviam retirar do lugar com
alavancas e cunhas e em seguida, descer com cordas. Quando um desses enormes
blocos caia, se escutava, de muito longe, um estrondo enorme, e o choque
sacudia o solo e fazia tremer a montanha. (Abd el-Latif de Bagdad, mencionado em L. Cottrell , The
Mountains of Pharaoh, Londres, 1956, p.73).” (in, Egypt L`Histoire de la Redécouverte d`une
Civilisation Disparue. Joyse Tyldesley, Phon, 2006, p.135-136.
E prossegue: “Ao menos o Califa
teve o bom senso de começar pela pirâmide menor. Depois de oito meses de
trabalho duro, pouco progresso se fizera e eles foram forçados a abandonar o
projeto, não deixando na alvenaria da pirâmide mais
do que marcas superficiais”. (IBID, p.136).
No caso do Palácio Monroe, devido à solidez
do prédio, foi necessário utilizar, além das picaretas manuais, até britadeiras.
Os trabalhadores permaneceram no local durante meses intermináveis.
O material da demolição foi vendido a
particulares e, em especial, os leões que guarneciam as entradas. Dois deles
encontram-se atualmente no Instituto Ricardo Brennand em Recife, onde podem ser
vistos.
A demolição do prédio representou uma grande
perda para a cidade e para o país.
Conclusão
Clássica, Neoclássica, Art Nouveau, Eclética, Moderna, Pós-moderna e sem estilo definido, o
que nos parece bem lógico é a preservação daquilo que tem um significado
histórico relevante, como podemos notar nas explanações de Gilberto Ferrez a
cerca do antigo prédio da Casa dos Governadores, depois “Casa dos Contos”, que
abrigou a primeira sede do Banco do Brasil, na antiga Rua Direita no Rio[21]. Vejamos:
“É (...) dessa casa
que se fala no precioso Diário Anônimo de
uma viagem às costas d’África e às Índias Espanholas de 1702-3” .
“A rua mais comercial e a mais frequentada, é aquela
onde mora o governador e que chamam a grande rua. É bastante larga, bastante
comprida e compreende sozinha mais da metade da cidade.” [...] “No meio desta
rua, do lado do mar está a Casa do Governador,
que não é grande coisa.
É óbvio que, comparada aos palácios e castelos da
França, era pouca coisa. Mas no Brasil colonial, com parcos recursos técnicos e
financeiros, essa sóbria residência era um nobre casarão à feição da
arquitetura brasileira do século XVII. (...) infelizmente
foi demolida em 1870 para dar lugar, mais tarde – após grande reformas – ao
Banco do Brasil”. (in, O Paço da
cidade do Rio de Janeiro. Gilberto Ferrez. Rio de Janeiro: Fundação
Pró-Memória, 1985, p. 13) (grifo nosso).
É notória a insatisfação da população frente à demolição do Palácio Monroe, acreditamos que uma boa solução para a questão seria buscarmos inspiração nos casos da igreja de Dresden (Frauenkirche Dresden) e de outras cidades alemãs, como Potsdam, que reconstruíram diversos prédios destruídos durante a 2ª Guerra Mundial.
A reconciliação com o passado se impõe para melhor vivermos o futuro.
Notas:
2. Em nenhum momento se pensou
em diminuir a importância da arquitetura modernista e nem mesmo supervalorizar
o neoclássico. São dois estilos diferentes, de épocas diferentes e acreditamos
que não contraditórios.
3. O conteúdo da primeira
parte desta matéria é fictício não tendo a pretensão de prejudicar a imagem dos
arquitetos mencionados, todos de grande importância no mundo da arquitetura.
4. Esta matéria não é exaustiva
no que concerne aos acontecimentos que conduziram à demolição do Palácio Monroe
e nem mesmo cita cada um dos envolvidos.
5. Procuramos demonstrar
aspectos menos conhecidos do prédio, como sua presença nas cédulas, nos selos e
cartões-postais, no material publicitário e, ainda, nos livros. Evitamos
discorrer sobre os pormenores da demolição e da política da época, eis que o
material é abundante em teses universitárias, livros, etc.
6. O Palácio Monroe foi
“recriado” na minissérie Mad Maria da
Rede Globo em 2005 pela equipe de cenografia e computação gráfica que realizou
o trabalho a partir de fotos da época. Os acontecimentos na minissérie se
passam em 1910...
Bibliografia:
AGUIAR, Louis de Souza.
Palácio Monroe: da glória ao opróbrio. Rio de Janeiro: edição do autor, 1976.
AMATO, Claudio Patrick. DAS
NEVES, Irlei Soares. SCHÜTZ, Julio Ernesto. Cédulas do Brasil, 1833 a 2011. 5ª edição, 2011
ATIQUE, Fernando. O Patrimônio
(Oficialmente) Rejeitado: A destruição do Palácio Monroe e suas repercussões no
ambiente preservacionista carioca. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História
– ANPUH- São Paulo, julho 2011.
Cédulas Brasileiras da
República, emissões do Tesouro Nacional. Banco do Brasil S.A. Museu e Arquivo
Histórico, Rio de Janeiro, 1965.
FERREZ, Gilberto. O Paço da
cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Fundação Pró-Memória, 1985.
LISSA, Violo Ídolo. Catálogo
do Papel Moeda do Brasil – 1771-1986, emissões oficiais bancárias e regionais.
Brasília: Editora Gráfica Brasiliense, 3ª edição, 1987.
FRIDMAN, Sérgio A. Palácio
Monroe: da construção à demolição. Rio de Janeiro: edição do autor, 2011.
Pays
et Nations. Amérique Latine. Tomo VII. Montréal : La Société Grolier
Quebeb limitée (The Glolier Society Inc. USA), 1951.
TYLDESLEY,
Joyse. Egypt – L`Histoire de la
Redécouverte d`une Civilisation Disparue. Paris : Phon,
2006.
Anexo
Publicidade do Café Brasileiro
no jornal francês L`Illustration de
25 de agosto de 1934, página dos anúncios n° 5. Na legenda temos: « Le plus
beau pays du monde produit aussi le meilleur café (...) Café du Brésil ».
Em língua vernácula
temos : O mais belo país do mundo produz também o melhor café (...) Café
do Brasil.
No centro, temos uma belíssima
imagem do Palácio Monroe.
Foto da enciclopédia Pays et Nations da Société Grolier edição de 1954. Vejamos a legenda: "Voici L`Avenida Rio Branco, qui
remonte vers Le palais Monroe, à Rio de Janeiro. Chaque rue est pavée de tuiles
noirs et blanches d`un dessin différent. On entretient ces rues avec le plus
grand soin. En dehors Du palais Monroe, d`autres édifices,
tels que la Bibliothèque Nationale
et le Musée National des Beaux Arts, s`elevènt sur cette magnifique avenue." Em língua vernácula temos: “Aqui está a Avenida Rio
Branco, que remonta ao Palácio Monroe, no Rio de Janeiro. Cada calçada é
pavimentada com pedras pretas e brancas de um desenho diferente. As ruas são limpas
com o máximo de zelo. Além do Palácio
Monroe, outros edifícios, como a Biblioteca Nacional e o Museu Nacional de
Belas Artes, estão nesta magnífica avenida". (op.cit. p.183)
Autor: Marcio R. Sandoval
Publicado originalmente no Boletim da AFSC (Associação Filatélica e Numismática de Santa Catarina) n°68 de agosto de 2014, p.4-19.
Publicado originalmente no Boletim da AFSC (Associação Filatélica e Numismática de Santa Catarina) n°68 de agosto de 2014, p.4-19.
© 2014 Marcio R. Sandoval
[1] O nome oficial é Palácio Nereu
Ramos.
[2] Atual Tell El-Amarna ou apenas El-Amarna.
[3] Nome dado em homenagem a Luiz XIV. Não
confundir com o Estado da Louisiana que foi criado posteriormente.
[4] Francisco Marcellino de Souza
Aguiar.
[5] Aviso n° 148, de 31 de julho
de 1903 (Art. 13, inciso 8).
[6] Ao que tudo indica, apenas a estrutura
metálica do pavilhão brasileiro de Saint
Louis foi empregada na obra realizada no Rio de Janeiro.
[7] in, Palácio Monroe: da construção à
demolição. Sérgio A. Fridman. 1ª ed. Rio de Janeiro: S.A. Fridman, 2011, p.
8-9.
[8] Medalha de Grande Prêmio da
Exposição da Compra da Louisiana.
[9]A Avenida Central foi inaugurada em
15 de novembro de 1905. Em 12 de fevereiro de 1912, passou a chamar-se Avenida
Rio Branco, em homenagem ao chanceler (Ministro das Relações Exteriores),
falecido dias antes, o Barão do Rio Branco.
[10] Nome pelo qual ainda era
denominado; deve-se observar que, naquela época, os nomes próprios eram
igualmente traduzidos.
[11] Na época embaixador
brasileiro nos Estados Unidos (1905-1910).
[12] James Monroe (1758-1831) foi o quinto
presidente dos Estados Unidos. Em 1823, enunciou a política contra o
colonialismo europeu no continente americano, conhecida como Doutrina Monroe.
[13] Exposição Internacional Comemorativa ao
Primeiro Centenário da Independência do Brasil.
[14] Em 1918, foram impressas pela ABNCo., para o Tesouro Nacional, os
valores de 10, 100 e 500 mil-réis.
[15] A 15ª estampa do Tesouro Nacional
foi impressa pela Casa da Moeda do Brasil pelo método xilográfico, ou seja,
gravura em relevo sobre madeira. Foram produzidas, por esse método, 12 séries
ou 1.200.000 cédulas.
[16] Quando da emissão da cédula
de 200 mil-réis da 14ª estampa, em 1919.
[17] O prédio da Caixa de
Amortização foi representado em diversas outras cédulas do Tesouro e da Caixa
de Conversão e Estabilização; foi ainda representado no reverso das cédulas de
1 cruzeiro de 1970, impressas pela Casa da Moeda do Brasil.
[18] No caso, o catálogo de
Cédulas do Brasil 1833 a
2011 de Claudio Amato e o de Violo Idolo Lissa, Catálogo do Papel Moeda do
Brasil.
[19] Parecer-parte do Processo 860-T-72.
[20] “A Defesa”, maior centro financeiro
de Paris, construída a partir de 1958, em estilo modernista.
[21] O atual prédio pertence ao Banco do
Brasil desde 1905 e abriga, hoje, o Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB)
no Rio de Janeiro.