© 2012 Marcio Rovere Sandoval
Fig. 1 – Pagina inicial do documento que descreve As Sete Maravilhas do Mundo, atribuído a
Philon de Bizâncio, contido no PALATINUS
398 (56v: Philo Byzantius, De septem
orbis spectaculis, ca. Séc. X d.C). Manuscrito pertencente à Biblioteca da Universidade de Heidelberg na Alemanha.
No decorrer de suas viagens, um certo Philon de Bizâncio (ca. 280 a .C - ca. 220 a .C) realiza uma lista de sete monumentos “Péri tôn hépta théamatôn” [A propósito
das sete maravilhas], como sendo os mais remarcáveis de sua época. A lista
primitiva continha os seguintes monumentos:
- A
Pirâmide de Quéops (atual Egito)
- Os
Jardins Suspensos da Babilônia (atual Iraque)
- As
Muralhas da Babilônia (atual Iraque)
- A
Estátua de Zeus em Olímpia (atual Grécia)
- O
Templo de Artêmis em Éfeso (Ásia Menor – atual Turquia)
- A Tumba
de Mausolo ou Mausoléu de Halicarnasso (Ásia Menor – atual Turquia)
- O
Colosso de Rhodes (atual Grécia)
Com o passar dos séculos e de diversas outras listas,
chegou-se a que conhecemos hoje, que inclui o Farol de Alexandria (Atual
Egito), substituindo as Muralhas da Babilônia.
As Sete Maravilhas do Mundo é uma designação dada pelos gregos aos sete monumentos considerados entre os mais remarcáveis da antiguidade. O número sete foi escolhido em virtude do seu significado místico, a perfeição. As origens da lista são mal conhecidas e o assunto é controverso. Dentre muitas listas e muitas explicações, a que nos parece mais plausível é a do engenheiro grego Philon de Bizâncio (
O poema de Antipater: “Eu vi as muralhas da soberba Babilônia onde podem correr as bigas, a
estátua de Zeus no Olimpo, os Jardins suspensos, o Colosso de Hélios, o enorme
trabalho das altas pirâmides, a opulenta tumba de Mausolo; mas quando vi o
templo de Artemis que se lança até as nuvens, todo o resto foi eclipsado, e eu
disse: a par do sublime Olimpo, do olho de Hélios, jamais vi coisa
parecida”. (Antologia Palatina, IX,
58)
A obra atribuída a Philon de Bizâncio De septem orbis spectaculis (As Setes Maravilhas do Mundo) foi traduzida do grego para o latim, pela primeira vez, por Léon Allatius e publicada em Roma em 1640. Sua importância esta ligada ao fato de ter sido a primeira narrativa de viagem que se tem conhecimento.
A história do manuscrito[1]:
Trata-se de um documento em cópia única, que data, certamente do Séc. X d.C.,
segundo exame do pergaminho e da caligrafia, mas não posterior a primeira
metade deste século. Sua presença foi atestada em um dos monastérios do Monte
Atos (Grécia) onde ele deveria estar entre os séculos XIV e XV, um pouco antes
da época em que se supõe que deu entrada na Biblioteca da Universidade de
Heidelberg (Biblioteca Palatina), provavelmente por intermédio do Abade de
Sponheim, fornecedor habitual destes manuscritos.
Em 1623, durante a Guerra do Palatinato, a cidade de
Heidelberg, centro protestante, foi capturada por Maximiliano I, chefe da Liga
Católica. O Papa, conhecedor esclarecido, aproveitou-se da oportunidade para
transportar (com grande despesa) a Biblioteca Palatina para Roma. Leo Allatius (Leone Allaci),
bibliotecário do Vaticano que acompanhou a transferência da biblioteca ficou
incumbido de realizar um catálogo detalhado das obras. Ele estava em posição
privilegiada para ser o primeiro a descobrir a importância do documento de
Philon, texto pertencente ao intitulado “Palatinus
398” .
Allatius publicou em 1640, pela primeira vez, a tradução latina do documento, sendo esta a “Editio Princeps”, ou seja, a primeira edição, que foi considerada pelos especialistas como medíocre.
Em 1661 é publicada uma segunda tradução pelo francês Boessius, um helenista, que no decorrer
de uma missão diplomática a Santa-Sé teve contato com o texto. A publicação, no
entanto, veio acompanhada de um grande número de falhas de impressão tornando o
texto ininteligível.
Em
O texto tem por título – “A propósito das Sete
Maravilhas” sendo um conjunto de seis folhas, um prólogo e para cada maravilha
um parágrafo. A última frase do sexto parágrafo (sobre o Templo de Artemis)
esta incompleta e falta ainda o texto sobre o Mausoléu de Halicarnasso,
anunciado no documento.
Fig. 2 – Estátua colossal que pertencia ao Mausoléu de Halicarnasso (cerca de 350 a .C), Museu Britânico –
Londres.
Fig. 3 – Moeda cunhada em Elis, no reverso temos Zeus
no Olimpo, única imagem conhecida da Estatua de Zeus de Olímpia. (ca. De 43 a .C a 217 d.C.). (in, The Coins of Elis. Percy Gardner.
Londres, 1879, p. XII).
Fig. 4 – Moeda de Elis (ilustração). (in, Projeto Gutenberg de História da Arte).
Bibliografia
- Les Sept Merveilles du Monde. Jean Pierre Adam & Nicole Blanc. Perrin, 1989.
- The Coins of Elis . Reprinted from the Numismatic Chronicle.
Percy Gardner. Londres, 1879.
- Les 7 merveilles du monde [Partie 1] (video em francês)
- Les 7 merveilles du monde [Partie 2] (video em francês)
© 2012 Marcio R. Sandoval
Percy Gardner. Londres, 1879.
- Les 7 merveilles du monde [Partie 1] (video em francês)
- Les 7 merveilles du monde [Partie 2] (video em francês)
Autor: Marcio R. Sandoval
E-mail:
sterlingnumismatic@hotmail.com
© 2012 Marcio R. Sandoval
[1] Trata-se de uma compilação realizada durante a Idade Média provavelmente de fonte mais antiga, sendo esta a única conhecida.