© 2011 Marcio Rovere Sandoval
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Fig. 1 – Ilustração do livro de Gerard Van Loon, Beschryving der Nederlandsche Historipenningen... (Histoire Mettalique dês XVII Provinces des Pays Bas...), edição em holandês 1726, contendo a moeda de XII soldos (stuivers) de prata, cunhada em 1654 pela Companhia das Índias Ocidentais, em flamengo GWC – Geoctroyeerde Westindische Compagnie ou ainda WIC – “West-Indische Compagnie”.
"Neste mesmo ano o Sr. Goch, que havia sido durante oito anos Conselheiro no Brasil, havia chegado à Holanda por Cadix. Em 29 de julho ele teve uma audiência na Assembléia dos Estados Gerais, na qual ele afirmou que seria fácil de erguer os negócios no pais, eis que ainda possuíam mais de trezentas praças ao longo do rio, que a população temia tanto os portugueses que ninguém teria a coragem de entrar no interior do país, o que causava uma miséria inexprimível. Motivados por estas circunstâncias, o Estados Gerais, finalmente procuraram, dentro do possível, aliviar os sofrimentos da população e para este efeito enviaram a Lisboa o Srs. Rodolfi e Verhoeven, para terminar as negociações, munidos de instruções menos limitadas que aquelas que haviam sido utilizadas até aquele momento. Eles foram recebidos na Corte de Portugal, com todas as honras imagináveis, mas sem conseguir o menor acordo com os portugueses, que pudesse acabar com as diferenças recíprocas, no que diz respeito às Índias Orientais e às Índias Ocidentais; os portugueses se aproveitando do fato de que os enviados dos Estados Gerais não estavam autorizados a entrar numa negociação geral, prosseguiram a conquista de todo o Brasil antes que eles pudessem ter as novas ordens. De fato, no mês de maio do ano seguinte, nos soubemos, que por falta de reforços suficientes que foram retardados por causa da Guerra, os portugueses haviam assediado o Recife em 20 de dezembro, a última fortaleza da Companhia no Brasil; que eles haviam atacado com um frota de sessenta navios de guerra, e com um formidável exército composto de moradores, de mulatos, de mamelucos, de brasileiros e de negros, sustentados por um bom número de tropas regulares; enfim tudo o que precisavam, eles obrigaram os holandeses de se retirar inteiramente deste vasto país, deixando atrás deles trezentas peças de canhão. Esta perda foi atribuída a ausência de víveres e de vestimentas e sobretudo à desobediência dos soldados. Utilizando além de suas próprias forças e não recebendo o socorro prometido, eles trataram de voltar para o seu país de qualquer maneira; e não temendo o patíbulo, eles cunharam a seguintes peças para o pagamento do soldo , para que pudessem impedi-los de desertar para o inimigo."
Fig.2 – Moeda de XII soldos (stuivers) de prata, 1654, cunhada pelos holandeses em Pernambuco. (Das brasilianische Geldwesen. I. Die Münzen der Colonie Brasilien 1645 bis 1822. Julius Meili. Zurique: Druck des Polygraphischen Institutes A.G., 1897, Tabela I, nº 5).
"Nós vemos pelos caracteres espartanos (no original consta púnicos, o que achamos menos conveniente para a tradução em português) que se encontram na peça acima; que ela circulou por doze soldos. Ela contém somente uma cifra e três letras, que significam:
Geoctroyeerde Westindische Compagnie. 1654.
Companhia Privilegiada das Índias Ocidentais. 1654."
(in, Histoire Mettalique des XVII Provinces des Pays-Bas, depuis l'abdication de Charles-Quint, jusqu'à la Paix de Bade en MDCCXVI. Gerard Van Loon. La Haye: P. Gosse, J. Neaulme et P. de Hondt, 1732, p.368-369).
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BRASIL HOLANDES – MUSEU HISTORICO NACIONAL
Autor: Marcio R. Sandoval (sterlingnumismatic@hotmail.com)
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